Abelhas são retiradas do Cruzeiro e realocadas na natureza por técnicos

Foto: André Roedel

Durante as obras de restauro do Cruzeiro Franciscano, localizado na Praça Dom Pedro I, foi encontrado na parte interna do bulbo do monumento um ninho de abelhas nativas sem ferrão. Com o intuito de preservá-las, os especialistas do restauro entraram em contato com a Secretaria de Meio Ambiente, que indicou técnicos para fazerem a remoção e realocar as abelhas ao seu habitat.

A remoção ocorreu na última terça-feira (14) e contou com o trabalho do apicultor e bombeiro civil Jonathas Viana, do técnico em meio ambiente John Lenon Barbosa, acompanhados pela bióloga Dra. Cláudia Renata Madela-Auricchio e do zoólogo Dr. Paulo Auricchio.

A retirada se fez necessária pois os vãos que as abelhas estavam habitando serão fechados para evitar infiltrações e futuros danos ao Cruzeiro, já fragilizado pela idade e intempéries. Segundo Dra. Cláudia, existem cerca de 1.800 espécies de abelhas no Brasil e as encontradas no Cruzeiro são Friesella schrottkyi, abelha sem-ferrão conhecida popularmente como mirim-preguiça, pois não saem da colmeia quando a temperatura está abaixo dos 20°.

Em algumas regiões do Brasil, as pessoas também chamam essa abelha de “mosquitinho” pelo seu tamanho de apenas 3mm. “É importante que as pessoas da cidade não destruam seus ninhos e, em caso de necessidade, deve-se chamar pessoal autorizado para fazer a remoção e levá-lo para um local seguro”, comentou. Na dúvida o munícipe pode entrar em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente pelo telefone (11) 4025-1412.

“O pessoal do restauro do Cruzeiro Franciscano de Itu teve uma atitude excepcional. Normalmente quando pessoas que estão trabalhando em obras e encontram abelhas, não querem interromper o trabalho e acabam matando as colmeias. Realmente, a equipe do restauro está de parabéns pela atitude e consciência. Espero que eles sirvam de exemplo do que se deve fazer”, destacou Dra. Cláudia.

A abelhas são fundamentais para a produção de grande parte dos alimentos, a produção do mel é a menor das contribuições que esses pequenos animais podem dar para espécie humana. Sem seu trabalho a produção agrícola fica prejudicada, pois em diversas lavouras são fundamentais para a polinização.