Aladdin

A Disney vem realizando diversas adaptações live-action (ou seja, com atores de carne e osso) de suas clássicas animações. Mexer com obras tão icônicas pode não ser uma escolha sensata, mas a empresa do camundongo vem sabendo aproveitar isso. Neste ano, Dumbo já ganhou uma ótima adaptação e em julho é a vez de O Rei Leão. Na última semana foi Aladdin que ganhou uma nova versão – e eu adorei.

O filme é divertido, emocionante e encantador. Você sai da sala de cinema empolgado, não é esquecível como muitos críticos estão falando. A produção, que mantém praticamente a mesma história, resgata todo o clima de nostalgia que agrada quem assistiu ao desenho animado de 1992 e ainda apresenta a história com bastante sucesso para uma nova geração de espectadores.

O elenco é incrível. Mena Massoud, na pele do ladrão mais adorável de Agrabah, consegue dosar o carisma e a inocência do personagem. A intérprete da princesa Jasmine, Naomi Scott (a ranger rosa de Power Rangers, de 2017), é um dos pontos altos do filme, roubando o protagonismo em muitos momentos e entregando performances musicais excelentes – como em “Speechless”, em que ela se entrega de corpo e alma.

Mas Will Smith na pele do Gênio da Lâmpada é quem rouba a cena a todo momento. O grande astro de Hollywood está solto como sempre e é responsável por momentos engraçadíssimos e até emocionantes. Uma substituição à altura do saudoso Robin Williams, que dublou o personagem no desenho. A ressalva no elenco, na minha opinião, fica para Marwan Kenzari, na pele do vilão Jafar. Acho o personagem fora do tom, mesmo o filme sendo caricato.

Falando no tom da produção, acho incômodos alguns “exageros exagerados” do diretor Guy Ritchie – e olha que ele nem teve toda a liberdade que gostaria de ter. Essa “rédea” imposta pela Disney muitas vezes pode ser o impedimento para que grandes diretores imprimam suas marcas, mas neste caso eu achei bom a empresa segurar um pouco. Talvez não tivesse gostado tanto do longa se ele fosse 100% a assinatura do cineasta.

No mais, os efeitos são ótimos, os cenários (mesmo ficando claro o uso maciço da computação gráfica) funcionam e os figurinos estão fantásticos. Os personagens secundários também estão bem e, tirando uma ou outra descaracterização, foram bem adaptados para a versão live-action, como o Tapete Mágico e o simpático macaco Abu. As canções são um show à parte, emocionando a todos – seja em inglês ou português.

Em resumo, a nova versão de Aladdin é um grande acerto, atualiza a animação original apresentando conceitos novos (como uma princesa forte e destemida) e mantém as discussões originais, sobre ganância, amor e, principalmente, amizade. Vale o ingresso!

Nota: 4 estrelas