Ano novo, vida nova

Por Beatriz Pires 

 

Todo início de ano é a mesma coisa. Fazemos planos, traçamos objetivos e metas. Prometemos que vamos começar a fazer academia ou pelo menos algum exercício físico. Que vamos nos alimentar melhor, que vamos dormir a quantidade de horas adequadas, que vamos nos dedicar mais e procrastinar menos, entre outras inúmeras promessas.

E isso é ótimo. De uma maneira ou de outra, é o que nos move. Se não tivermos planos, metas, objetivos ou ao menos vontade de fazer alguma coisa nova e diferente, ficamos inertes, parados. E nada acontece se permanecermos nesse estado.

O que normalmente acontece é que, na maioria das vezes, essas promessas não duram muito tempo. Conforme os dias e meses vão passando, acabamos voltando à rotina por conta dos compromissos que já tínhamos no ano anterior, deixando de lado praticamente tudo o que prometemos ou ao menos pensamos em fazer de diferente na virada do ano.

Apesar dos planos e ideias de renovação, isso não significa que aconteça uma mágica à meia-noite do dia 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro, que faça com que as coisas e nossos hábitos e comportamentos mudem, assim, de repente.

Até porque essa virada, ao mesmo tempo em que é algo concreto, é um ato simbólico. Ela pode ser concreta porque realmente existe um ciclo. Um ciclo definido pelo calendário gregoriano, instituído no ano de 1582 pelo Papa Gregório XIII e que usamos até hoje. Sendo assim, a cada ano, de uma forma ou de outra, fechamos um ciclo e iniciamos outro.

E ela pode ser simbólica porque, como já disse, as coisas não mudam do nada, e mesmo com a mudança de um ano para o outro, muitas vezes continuamos na mesma escola, faculdade, emprego, casa, cidade e fazendo coisas que já fazíamos.

O ato de “dividir” o tempo serve para que possamos refletir sobre o que fizemos durante os doze meses anteriores, para renovar as esperanças, a força e a vontade de começar de novo, de tentar de novo.

Se não fosse esse momento de “respiro” viveríamos em uma constante linearidade, sem grandes perspectivas. Talvez, até sem conseguir refletir e nos revigorar para que mesmo continuando coisas que já fazíamos no ano anterior, possamos mudar, ainda que um pouquinho e tentar ser uma pessoa melhor, tanto no âmbito pessoal como profissional.

Manter a esperança, a euforia e a vontade no ano que começa é fundamental para que no próximo 31 de dezembro possamos olhar para trás e ver que apesar das dificuldades conseguimos fechar mais um ciclo. E acima de tudo, lembrando sempre que: o ano novo quem faz somos nós.