Após denúncia, MP pede suspensão de concurso público da CIS

O Ministério Público pediu a suspensão de um concurso público aplicado em dezembro do ano passado pela CIS (Companhia Ituana de Saneamento). O concurso foi realizado para ocupar 22 vagas em diversas áreas, sendo anulada somente a prova para a vaga de psicólogo organizacional, tendo 1.200 pessoas participado da seleção. De acordo com informações do TEM Notícias, das 40 questões da prova, 30 tinham sido copiadas de outras provas já aplicadas e até mesmo de apostilas de escolas particulares.

Ainda de acordo com informações do TEM Notícias, veiculadas também no portal G1, o Ministério Público abriu inquérito após uma candidata achar a prova diferente, pesquisar e após verificar as questões copiadas, apresentar o material em denúncia. Por recomendação do MP, as pessoas que fizeram a inscrição (41) para a vaga serão reembolsadas, tendo cada candidato pago a quantia de R$ 65,50 pela inscrição.

Questionada a respeito do caso pelo Periscópio, a CIS informou que “tomou conhecimento das informações referentes à empresa SHDias (responsável pelo concurso público) e diante disso, adotou as providências cabíveis no caso. A SHDias foi contratada após participar de certame licitatório e apresentou toda a documentação necessária, não estando impedida de licitar nem contratar com a Administração Pública, conforme diligência realizada junto ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) na ocasião da contratação”.

A autarquia informa ainda que “apenas o concurso para o cargo específico de psicólogo organizacional foi anulado e os valores das inscrições dos candidatos serão reembolsados. Foram 22 vagas disputadas, conforme relação prevista em edital, apenas uma dizia respeito ao cargo em questão. Toda a documentação do concurso está disponível em nosso site: cis-itu.com.br/concursos/ e será atualizada nos próximos dias”.

A reportagem tentou contato por e-mail e telefone com a SHDias Consultoria e Assessoria, porém não obteve sucesso até o fechamento desta edição. Porém, ao TEM Notícias, a mesma informou que atua no setor há 30 anos, mas ainda é pequena e não tem como avaliar as fontes das questões formuladas pelos profissionais contratados especificamente para a função. A empresa disse ainda que teve conhecimento da recomendação do MP e que descredenciou o responsável pelas questões.

O JP também esteve em contato com o Ministério Público, que confirma o andamento do Inquérito Civil nº 146/19 referente ao caso e que o mesmo pode ser consultado publicamente na Promotoria de Justiça, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. O MP está situado na Avenida Goiás, 194, Bairro Brasil.