Aquaman

Por André Roedel

As empreitadas recentes da DC nos cinemas têm sido envoltas de desconfiança. Os fracassos de crítica e bilheteria de Liga da Justiça e Esquadrão Suicida, eclipsados apenas pelo sucesso de Mulher-Maravilha, fizeram todos os fãs ficarem com o pé atrás com as adaptações da “Editora das Lendas”. Mas o fã pode ficar tranquilo, pelo menos por enquanto: Aquaman (2018, Aventura) é um filme divertido e funciona bem.

Dirigido pelo competente James Wan (de Velozes & Furiosos e Invocação do Mal), o filme do herói aquático é bem caprichado. Tudo é redondinho e segue uma fórmula que pode não ser a mais inventiva, mas é acertada. O longa sabe seu alcance, sabe até onde pode chegar. E sabe abraçar o lado brega desse universo de super-heróis que a cada ano ganha mais uma gigante leva de superproduções.

Jason Momoa volta ao uniforme do Rei dos Mares e está mais à vontade. Seu estilo acabou encaixando com esse Aquaman do universo DC. O jeito desbocado e brincalhão arranca risos do espectador médio, que tende a se identificar muito com o herói. Na trama, ele está atrás de um tridente que deve o auxiliar para derrotar seu meio-irmão Orm (Patrick Wilson), atual rei de Atlântida que quer iniciar uma guerra com o povo da superfície.

Como já dito, a trama não traz nada de novo. É aquela velha aventura de super-heróis, com tons maquiavélicos. O interessante no filme mesmo são os belos efeitos de computação usados na criação do reino atlante. Todas as criaturas, naves e arquitetura são magistrais. Em certos momentos parecia que estava assistindo Star Wars embaixo d’água. Existem cenas que são de cair o queixo.

Nisso o mérito vai para James Wan, que está se mostrando a cada dia um ótimo diretor. Suas tomadas abertas, seu estilo de direção de cenas de ação e sua capacidade de levar às telonas uma história divertida o fazem um expoente dessa nova geração hollywoodiana. No quesito atuação, além do Momoa escrachado, destaque para as excelentes participações de Nicole Kidman e Willem Dafoe. Amber Heard também vai bem.

No fim, Aquaman é somente mais um filme de super-heróis. Caprichado, mas apenas mais um. Nada de novo sob o Sol. Só que, por conta da direção caprichada e do novo rumo que a DC quer tomar nos cinemas – visivelmente inspirada nos acertos da Marvel –, o resultado é divertido e palatável ao gosto do espectador padrão. Mas, para quem gostava da abordagem de Batman vs Superman (como eu), a sensação é a de que o novo filme vai fazer mais sucesso por não errar do que por acertar, por assim dizer. Eu gostava do risco. De qualquer forma, vale o ingresso.

Nota: 3,5 estrelas