Arrecadação do serviço funerário de Itu sobe mais de 1000% no ano passado

Comparação é com 2016. Salto foi de pouco mais de R$ 75 mil para quase R$ 1 milhão, sem aumentar preço das taxas.

Diretor do Serviço Funerário, Edmilson Martins explica que melhora na arrecadação se deve a uma melhor administração/ Foto – André Roedel

André Roedel

Segundo dados divulgados pelo Portal da Transparência da Prefeitura de Itu, de 2016 para 2017 a arrecadação com serviços oferecidos pela Funerária Municipal subiu aproximadamente 12 vezes (1.141,8%). Foi de R$ 76.366,00 no último ano da gestão anterior para R$ 948.344,90 no primeiro ano da gestão Guilherme Gazzola. Isso com a mesma média de atendimentos realizados e sem majorar os preços das taxas.

Agora com status de departamento vinculado à Secretaria de Serviços Urbanos, os serviços funerários de Itu têm como diretor Edmilson Martins. Ele explica em entrevista ao JP que o incremento na arrecadação no órgão público se deve a uma melhor administração e controle. “Não existe segredo, é trabalhar corretamente”, explica o diretor.

Segundo Edmilson, o serviço passou a “operar de forma correta”, regulamentando as taxas cobradas pelos serviços – que vão desde o funeral, passando pelo sepultamento e também exumações quando necessárias. E ele aponta que a população faz questão de pagar pelos serviços. “Ninguém quer de graça; quer dar o melhor para o ente querido”.

Ainda de acordo com o diretor, não há inadimplência no serviço funerário. Edmilson também comenta que hoje a Funerária oferece um “funeral econômico” ao custo de R$ 580. Antes, segundo ele, a menor opção de funeral era de R$ 850. Ainda há opção de “funeral social” para as pessoas que comprovem necessidade.

Para isso, explica Edmilson, é necessário fazer a contratação do plano econômico e a própria Funerária fará o encaminhamento da pessoa para o CRAS (centro de referência em assistência social) mais próximo para que seja comprovada a inscrição do necessitado em algum programa social, como o Bolsa Família.

Edmilson explica que, em outras gestões, o benefício era concedido sem critérios, muitas vezes de forma política, o que acabava gerando rombos que eram equacionados com o orçamento da secretária à época, na casa dos R$ 2 milhões anuais. Antes, os funerais gratuitos eram na faixa de 15 a 20 por mês. Hoje o número reduziu para no máximo dois.

Supostos desvios

Em fevereiro de 2017, o prefeito Gazzola denunciou supostos desvios que aconteceriam na Funerária Municipal antes de sua posse. Segundo divulgado em coletiva de imprensa, havia uma discrepância no que era repassado aos cofres públicos com o que era arrecadado com os serviços. Cheques nominais chegaram a ser encontrados na sede da secretaria.

Para acabar com qualquer problema nesse sentido, hoje todas as taxas são pagas através de guias de recolhimento geradas pelo sistema da Prefeitura. O munícipe então faz o pagamento em um banco e o dinheiro vai para os cofres da administração. Segundo Edmilson, existem estudos para implantar máquinas de cartão para agilizar o pagamento de alguns serviços.