Bohemian Rhapsody

Por André Roedel

Uma das maiores bandas de rock de todos os tempos ganha sua cinebiografia em uma grande e caprichada produção da 20th Century Fox. Bohemian Rhapsody, filme que leva o nome de uma das maiores canções do Queen, é um prato cheio para os fãs e repleto de hits que fazem o espectador se sentir em um mega show. Porém, escorrega em muitos pontos e não faz jus totalmente ao incrível legado da banda inglesa.

Focando no líder e vocalista do grupo, Freddie Mercury (Rami Malek, em uma grande interpretação), o filme traz recortes de momentos importantes de sua trajetória, como quando os integrantes se conheceram, os primeiros shows e a evolução musical, finalizando na grandiosa apresentação no Live Aid realizado no estádio de Wembley em 1985.

Só que esses momentos não são explorados da forma que mereciam. Ou seja: o espectador vê recortes superficiais da biografia da banda, nada além do que já foi mostrado pela imprensa na época ou pelas diversas publicações que sucederam a morte de Freddie Mercury – e até hoje vendem milhares de exemplares mundo afora.

Mas mesmo esses recortes montados freneticamente como um videoclipe musical empolgam o suficiente para o filme fazer sucesso. Os fãs da banda se divertem revendo canções clássicas sendo apresentadas na telona e quem não é fã descobre uma das histórias mais interessantes do universo musical. Claro que tudo poderia ser melhor se não fosse os problemas na produção.

O filme é dirigido por Bryan Singer (da franquia X-Men), mas o mesmo foi substituído  por Dexter Fletcher (Voando Alto) por conta de problemas com o elenco – em especial Rami Malek. A mudança de direção não influenciou muito no todo da obra, porque ela segue uma estrutura muito padrão – quanta ironia, visto que o Queen e Mercury, principalmente, sempre buscou fugir dos padrões…

Só que tudo fica bom com Queen. Lembram do trailer de Esquadrão Suicida embalado justamente por “Bohemian Rhapsody”? Aquela prévia encantou a todos e fez parecer que o filme seria genial. Não foi, mas o trailer ainda é ótimo – até melhor que o filme em si! E o longa-metragem do Queen acaba caindo nessa armadilha.

Mesmo com todos os problemas, o resultado final é bom. Existem muitos momentos emocionantes e o elenco que interpreta os demais integrantes da banda (Gwilym Lee como Brian May, Ben Hardy como Roger Taylor e Joe Mazzello como John Deacon) está ótimo também. E a trilha sonora não tem nem o que falar. Em resumo, não é o filme que faz jus ao Queen, mas é nostálgico, divertido e tem algumas cenas que chegam perto do brilho desta magnífica banda. No fim das conta acaba valendo o ingresso.

 

Nota:

 

 

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