Bumblebee

Por André Roedel

Foto: Divulgação

A franquia Transformers sempre contou mais com baixos do que altos. As frenéticas explosões dos longas-metragens dos robôs que se transformam em veículos viravam um verdadeiro espetáculo visual na telona, porém esse “show pirotécnico” era quase sempre acompanhado de uma história medíocre. Pra piorar, o diretor Michael Bay foi ao longo do tempo conquistando a antipatia dos fãs da série, enjoados com os rumos da mesma.

Bumblebee, por sua vez, vem para dar uma melhorada na reputação dos Transformers. Com a premissa de ser uma espécie de reboot/retcon, o novo filme é disparado o melhor dos seis já feitos. É divertido, espirituoso e o que mais importa para uma produção lançada na época de férias escolares: entretém todos os públicos.

O filme mostra a chegada do robô amarelinho ao planeta Terra, como ele ganhou esse nome, por que se tornou tão amável e o motivo de ele não saber falar. Com um delicioso cheiro de naftalina, Bumblebee aposta na tendência da nostalgia que invadiu o cenário hollywoodiano e preenche sua trilha sonora com clássicos da década de 1980 (período que a trama se passa), com destaque para os sons da banda The Smiths.

O novo capítulo da saga entrega também o que nenhum outro fez: personagens que o espectador pode se identificar. Além do próprio robô – que aqui se transforma em um Fusca, e não em um Camaro –, Bumblebee tem uma ótima coprotagonista que é a jovem Charlie (vivida muito bem pela ótima Hailee Steinfeld, que já foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante). A personagem dá ritmo ao filme e também colabora num ponto que vem sendo muito discutido pelos filmes, que é a representatividade feminina.

Se a trama e nem a direção de Travis Knight (acostumado com animações) trazem nada de muito inventivo (tanto que a premissa é bem parecida com o já clássico O Gigante de Ferro), Bumblebee conquista a audiência justamente por ser simples. Ele é um pouco como o personagem principal, inocente e que só quer fazer o bem. Mesmo um dos “vilões” do filme, interpretado pelo lutador John Cena, tem seu momento de redenção e faz com que a mensagem final da obra seja positiva, deixando o espectador feliz.

Se você gosta de ação avassaladora com robôs, Bumblebee é uma boa pedida. Se você prefere filmes mais família, também é. Porque o novo episódio da saga, que pode reiniciar toda ela (o que seria mais que bem-vindo), é um filme para todos. É um verdadeiro filme pipoca, com aventura descompromissada e humor, mas que não esquece de entregar boas cenas. Por tudo isso, Bumblebee vale o ingresso.

Nota: 4 estrelas