Cinerama: Uncharted: Fora do Mapa

Interação entre Mark Wahlberg e Tom Holland é a melhor coisa do filme (Foto: Divulgação)

Uncharted, Aventura, 2022
Direção: Ruben Fleischer | Em cartaz no Cine Plaza

Nota: ★★★

Uma aventura honesta, que entrega o que se propõe e não tenta ser o que não é. Assim é a adaptação da famosa série de videogames do PlayStation, “Uncharted”. O filme não tem pretensão de ser algo grandioso, e isso já é um trunfo em meio a tantas produções que acabam se perdendo na grandiloquência – como vem sendo de praxe nas principais franquias cinematográficas, principalmente aquelas que se originam de outras mídias.

Na trama, acompanhamos Nate Drake ainda em sua juventude, antes de se tornar o explorador que viria a ser na franquia de jogos. Ao lado de outro explorador, o trambiqueiro Sully, ele precisa encontrar um grande tesouro antes que o vilão Santiago Moncada (Antonio Banderas) chegue até ele.

Conhecido por seu papel nos novos filmes do “Homem-Aranha”, Tom Holland vai bem no papel do protagonista, principalmente na ação. Ele consegue dosar bom-humor com os momentos em que se pede mais ação, mostrando que vai, aos poucos, evoluindo enquanto ator. Mas o ponto alto do filme é mesmo a interação de Holland com Mark Wahlberg (que interpreta Sully), que rende momentos divertidos. Queria ver mais disso.

Já o ponto negativo foi ver um ator do quilate de Antonio Banderas se sujeitar a viver um vilãozinho de quinta categoria, que só serviu para que ele ganhasse uma graninha. Tirando isso e uma ou outra bobagem de roteiro (como saídas fáceis), “Uncharted” entretém por cerca de duas horas e está pronto para se tornar uma franquia divertida – até deixa isso claro nas cenas pós-crédito, com ganchos para prováveis sequências.

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Mães Paralelas
Almodóvar não vai pelo caminho fácil. Para contar um novelão de fazer inveja a Manoel Carlos e companhia, ele escolhe rumos de difícil digestão. Em “Mães Paralelas”, ele tem novamente sua musa Penélope Cruz (em ótima atuação) como protagonista, dando vida a uma fotógrafa de 40 anos com o sonho de ser mãe. Durante o parto, ela divide quarto com uma jovem adolescente que engravidou por acidente e não está nenhum pouco confortável com a posição. As vidas delas se cruzam em paralela – para nunca mais se desligarem. O filme abre espaço para discutir maternidade, sexualidade e até feminismo – assim como em “A Filha Perdida”. Paralelo (a repetição da palavra se faz necessária) a isso, o cineasta abre feridas ao lembrar dos milhares de desaparecidos da Guerra Civil Espanhola numa cena final contundente. “Não existe história muda”, bem disse Eduardo Galeano. E Almodóvar faz questão de lembrar. Tem na Netflix. Nota: ★★★★