Confira entrevista com Dr. Renato Koga, candidato a prefeito de Itu

O Periscópio realizou entrevistas com todos os candidatos a prefeito de Itu nas eleições 2020. As sabatinas serão publicadas semanalmente a partir deste sábado (17) até o dia 7 de novembro. Confira abaixo a entrevista feita com o candidato Dr. Renato Koga (PRTB), que tem como vice Nélio Meira (PRTB).

Foto: Daniel Nápoli

Por que você quer ser prefeito de Itu?

Para arrumar isso tudo que está de errado. Eu vejo que, infelizmente, na nossa saúde na cidade, eu vejo tudo desorganizado. Falta de comando, falta de propedêutica médica literalmente dita. Eu vejo uma desorganização nas condutas. Infelizmente Itu tem um número muito assustador de mortes por Covid-19. Eu vejo nesse contexto, como médico, os protocolos, as ações tomadas no combate à Covid-19 completamente errôneas e desorganizadas. Não canso de falar do Hospital de Campanha dentro do nosso Hospital Santa Casa. Um absurdo aquilo ali. Um hospital com maternidade de alto risco, um hospital com uma UTI neonatal, um hospital com alta complexidade de cirurgias extremamente complexas com um Hospital de Campanha dentro do nosso serviço. Então, isso eu vou sempre dizer que é muito ruim, não é tecnicamente correto. O Hospital de Campanha para quem, nem precisa ser militar, mas para todas as pessoas que sabem um Hospital de Campanha a gente faz em um lugar fora, você utiliza uma localidade fora. Infelizmente ele usou aquilo ali, no meu ver, como marketing, e deu muito errado. A população hoje fala que aquilo ali não foi uma coisa muito correta também. Nada contra os funcionários que estão lá dentro. Aliás, eu conheço todos, são pessoas maravilhosas, só o local que foi decidido num lugar errado.

Quais suas propostas para a educação?

Eu estava fazendo faculdade e durante o curso apareceu a pandemia. E graças a Deus eu estava numa das instituições de ensino mundialmente conhecida, a Fundação Getúlio Vargas. E foi muito legal, porque eu tive acesso a ferramentas de ensino a distância. Quando a gente fala a gente nem imagina o que é, mas o ensino a distância eu não tinha essa visão e eu tive que fazer por conta da pandemia. E me foram apresentadas ferramentas de didática a longa distância muito legais. Ferramentas que podem ser utilizadas. Já que eu tive que fazer esse curso durante a pandemia, eu gostaria sim de conversar com esse pessoal do ensino dessa instituição e trazer para Itu com certeza. Quando a gente fala de estudo a distância você fica um pouco preconceituoso. Eu confesso que tinha preconceito. “Ah, ensino a distância, nada é igual a você ir numa universidade, na mesa”. Mas eu fiquei muito, mas muito feliz mesmo de ter feito um curso dessa matéria a distância, da forma como eles utilizaram os aplicativos e, com certeza, eu quero trazer pra cá.

O que pretende fazer para melhorar o atendimento na área da saúde?

Quando eu fui candidato a deputado federal, eu queria o melhor hospital do planeta. Agora eu vou baixar um pouquinho, humildade. Talvez pra prefeito, um dos melhores do Estado de São Paulo. Quem me vê sabe que eu estou com sede. Eu estou focado nesse objetivo da missão. Mas eu tenho muita coisa legal pra trazer. Se eu puder ter a caneta na mão de reativar o departamento de cardiologia, porque o departamento de cardiologia quando você “starta” a implantação dele você não “starta” o departamento de cardiologia, vem vários agregados. Então, cirurgia cardíaca, pediátrica. Pessoal de outras áreas mais específicas, tipo nefrologia, neuro, endócrino… Você reativa um departamento desse, você dá um “boom” nas outras especialidades. Isso é muito legal. Então, a organização do sistema de saúde aqui da cidade tem que ser mudada, tem que ser modernizada. Tanto no sistema de atendimento como na logística de distribuição dessas redes de saúde e especialidades. Tá tudo bem organizadinho na minha cabeça, isso eu faço com a mão atrás. Está tranquilo.

Na questão da água, o que precisa ser feito para a cidade ter pleno abastecimento?

Isso aí foi uma palhaçada. O “fanfarrão” quebrou a corrente. Falou que tinha resolvido o problema da água e a gente vê aí no meu Facebook entupido de gente falando que está faltando água. Eu vou fazer uma crítica construtiva ao excelentíssimo senhor prefeito da cidade de Itu. Aquela caixa d’água é legal, mas ele poderia ter falado assim: “galera, tô batalhando, mas não terminei, eu vou fazer isso de uma forma bem transparente para vocês”. Mas a partir do momento que ele arrisca, que ele aposta, ele diz que resolveu o problema da água de Itu, aí acho que ele quebra um paradigma e uma corrente de verdade, de honestidade. A gente sabe que é crítico o problema de água da cidade. Eu acabei de terminar um relatório do sistema de captação e distribuição de água e tem muita coisa que a gente precisa saber o que realmente foi feito para poder aí sim decidir o que poderá ser feito depois. Mas… gestão.

O que fará para gerar novos empregos, principalmente aqueles perdidos em decorrência da pandemia do novo coronavírus?

Essa pergunta é muito legal e, no meio administrativo, na área de gestão, é a cereja do bolo. Hoje, todos os administradores, pessoas que estão fazendo Economia, que estão nas universidades, fazendo graduação, mestrado, doutorado… Eu me inseri nesse grupo, fiz agora minha inscrição para mestrado em Economia na Fundação Getúlio Vargas em Brasília. Então a gente está muito em evidência sobre o que fazer com novas fontes de emprego na atual situação da pandemia. Porque, mesmo que as pessoas acreditem que ela já melhorou, a gente não sabe se vai vir a segunda onda ou qual vai ser a próxima gripe mais grave que pode acontecer. Então, assim, tecnologia eu acho que é o primeiro caminho a ser pensado. Você tem que pensar em frentes de trabalho viradas para a onda tecnológica. Desde transporte, desde logística de abastecimento, desde como atender os pacientes, como atender a população, como atender o cliente na sua empresa, na sua loja. Então, essas vertentes tecnológicas através de aplicativos, redes sociais, têm que ser muito exploradas. Eu tenho muitos amigos meus que são diretores de grandes empresas multinacionais que estão optando pelo home office, que é uma modalidade agora que veio pra ficar. Isso conjugado com as escolas, com as universidades e faculdades da nossa cidade, pode ser uma frente de vislumbrar abertura de emprego para nossa cidade.

Na área de segurança pública, quais são seus projetos?

Primeiro, não maltratar comandantes da Polícia Militar. A primeira coisa é educação, postura, respeito. É fundamental, porque afinal de contas esses homens dedicam as vidas deles para nossa sociedade. A primeira coisa é respeito. Muito respeito às pessoas que trabalham na frente de segurança pública. Eu já disse em outras entrevistas que Itu não é uma cidade violenta, não é uma cidade com problemática de violência, nem de narcotráfico. Isso daí é uma coisa muito bacana para a cidade. A gente tem que falar que Itu não é uma cidade ruim do ponto de vista de violência. Eu acredito muito em renovar os equipamentos, que a gente viu que estão completamente sucateados – tanto da Guarda Municipal quanto da Polícia Militar. A gente fala muito do “ânimo da tropa”. Então eu acredito muito em fortalecimento através de honra ao mérito, com medalhas. Trazer os comandantes deles de São Paulo pra cá, fazer uma homenagem. Incentivo de cursos. A gente está numa onda agora de escolas de tiro. Fazer uma aplicabilidade dessas escolas, convênio com a Polícia Militar ou Guarda Municipal para dar treinamento, dar espaço para eles poderem se aperfeiçoar em táticas policiais. Enfim, eu acho que na gestão minha, seria o incentivo à tropa.

O transporte público é uma área sensível aos moradores. Quais suas propostas para o setor?

A área de transporte está uma vergonha, infelizmente. Para os dois lados: para quem precisa do transporte público e para quem é proprietário das empresas de ônibus. Não adianta agora, na política, querer dizer que eu vou ficar pro lado dos usuários do transporte público, que vou escrachar o proprietário das empresas de ônibus porque a gente sabe que o custo da manutenção das viaturas deles é alto, o valor do combustível é alto, os impostos são muito excessivos. Então eu acho que um contrassenso aí é importante. Conversar com a população, ver o que eles precisam de necessidade. O que eu vejo é o pessoal da Cidade Nova, a região de lá do Pirapitingui completamente desassistido com o transporte público. Eles não têm uma quantidade suficiente para a demanda deles. Então acho que é importante trazer junto os proprietários de ônibus, conversar em relação a isso porque a gente pode fazer para tornar mais barato até por incentivos fiscais para eles e para a população, na contrapartida, na passagem do ônibus. Então, acho importante você tentar aproximar os dois. Eles não são inimigos. Um precisa do outro. Então, a primeira coisa é ver o que dá pra ser feito do ponto de vista do usuário de transporte público e com os proprietários o que pode ser feito para os dois, em comum, serem beneficiados.

Candidato, as suas considerações finais.

Primeiro eu só tenho a agradecer. Sempre vou agradecer vocês do Jornal Periscópio. Tenho uma dívida imensa com vocês. Em todo esse processo vocês me deram a oportunidade vir ao jornal. É surreal eu estar nessa campanha político disputando a prefeito da cidade de Itu. Isso aí é coisa que, sei lá, nem eu sei o que estou fazendo aqui. Mas é muito gratificante você ver o apoio de algumas pessoas que estão acreditando na ideia. Pedir voto é uma coisa que é muito difícil pra mim, vou ter problema, eu não estou conseguindo usar a frase “eu posso contar com o seu voto?”. Isso está muito difícil pra mim, mas eu quero que as pessoas acreditem na vontade de fazer. Eu estou com sede de fazer. A decisão está na mão da população ituana. Nós somos um partido que todo mundo sabe é pequenininho. O 28 não pegou fundo partidário. Eu não peguei fundo partidário, nenhum financiamento de verba pública. Não recebi dinheiro de empresários. Muitas pessoas quiseram me ajudar e eu disse assim “galera, obrigado pela ajuda, mas eu vou tocar sozinho esse projeto. Eu acredito que esse investimento que vocês querem fazer na nossa campanha pode ser voltado para depois das eleições, na construção de creche, caixa d’água ou outras coisas que vocês podem ajudar a cidade”. Mas eu quero que a população ituana saiba que eu estou indo com um grupo de vereadores que eu classifico verdadeiros “pelotões de patriotas especiais”, pessoas escolhidas a dedo. Tenho um carinho muito bacana com eles, é muito bacana esse engajamento deles junto da gente, sem promessa, sem dinheiro. A gente está indo com o mínimo do possível para fazer uma campanha limpa. Então, acho que basicamente é isso. E agradecer de novo a todas as pessoas que vêm incentivando a gente de qualquer forma, direta ou indireta o carinho está chegando.