Confira entrevista com Matheus Costa, candidato a prefeito de Itu

Periscópio realizou entrevistas com todos os candidatos a prefeito de Itu nas eleições 2020. As sabatinas serão publicadas semanalmente até o dia 7 de novembro. Confira abaixo a entrevista feita com o candidato Matheus Costa (Avante), que tem como vice Dr. Márcio Jorge (PSL).

Foto: Daniel Nápoli

Por que quer ser prefeito?
Me preparei bastante para esse desafio. Eu tenho 38 anos, sou casado, pai de uma menina e, desde adolescente, eu já me preparo para esse momento. Fui fazer Direito, sou advogado especializado em direito público. Tive uma experiência numa prefeitura nos EUA, na cidade de Doral. Foi uma experiência maravilhosa. Palestrante convidado da Fundação Estudar, para poder dar o curso de Gestão Pública para os alunos da fundação. Conheço os problemas da cidade de maneira profunda. Sou empresário do ramo imobiliário também e corretor de imóveis. Fui vereador de 2013 a 2016. Tive uma atuação muito boa como vereador, sempre com muito destaque. Estava sempre no jornal levantando uma bandeira, levantando uma proposta. Acabamos com o voto secreto na cidade de Itu. E é triste ver a nossa cidade parada no tempo. É inadmissível pela história que nós temos, por tudo que Itu já representou no passado, essa situação que nós vivenciamos hoje. Empresas indo embora de Itu. Muitas empresas nessa administração foram embora de Itu. As cidades vizinhas, todas crescem, prosperam. Indaiatuba se transformou numa cidade maravilhosa. Salto melhorou demais nos últimos anos. Cabreúva, ali no Jacaré, Bonfim e Pinhal, quantas indústrias multinacionais foram pra lá? Muita mão de obra ituana vai trabalhar em todas essas cidades da região. E agora é Porto Feliz que se destaca. E quando, na verdade, todas essas cidades que eu citei, no passado fizeram parte do território ituano. Fez parte de Itu. Itu foi uma das maiores cidades do Brasil não só em termos territoriais, mas como também financeiramente. A população de Itu está com a autoestima muito baixa, e a gente precisa recuperar isso.

Quais são suas propostas para a educação?

É impossível falar de educação sem citar os professores, sem falar do tratamento que a administração pública atual deu aos professores. Tirou o único benefício que eles tinham. Na verdade, nós já temos o pior salário da região. Os professores se doam, se entregam e, infelizmente, a relação da atual administração pública com os funcionários públicos não foi das melhores. Então, veja só, precisamos, evidentemente, valorizar os professores. Precisamos dar condição de trabalho para eles. Precisamos rever a questão da carga horária dos monitores. E voltar esse benefício. Porque isso implica, inclusive, na questão futura quanto à aposentadoria dos professores. Então nós vamos rever isso, com certeza. Quanto à educação, nós pretendemos levar pelo menos 30% dos alunos para o período integral. Eu já fiz uma avaliação junto com a minha equipe, tanto na área de educação como na parte financeira, e é possível nós apertarmos o cinto em alguns pontos que a gente acredita que o dinheiro está sendo gasto de forma desnecessária e priorizar o ensino das crianças. Então, a gente vai focar muito nessa situação. Dar condição de trabalho, dar condição de ensino. Vamos, também, reformar algumas escolas. Trazer para algo atual, moderno. E eu não tenho dúvida que a educação ela é necessária, e por isso a gente vai ter um cuidado muito especial com o ensino e a educação das crianças.

O que pretende fazer para melhorar o atendimento na área da saúde?

A saúde é outro problema muito grave que nós estamos tendo em Itu. A atual administração cometeu um erro grave em fechar o PAM do Parque Industrial. Isso superlotou o UPA ali no Aparecida. Então nós precisamos retornar com o PAM do Parque Industrial para desafogar o UPA do Aparecida. E, consequentemente, levar as especialidades para mais próximo ali da rodoviária. Muita gente vinha da zona rural para passar para um especialista e, por uma questão de logística e comodidade, estava muito fácil, porque estava bem vizinho à rodoviária. Agora, as pessoas têm que tomar duas conduções. Então vamos facilitar, também, a questão de especialidades aqui na cidade. Vamos melhorar o atendimento nos postos de saúde, nas UBS. Voltar com o sistema de entregar o remédio no posto de saúde. Hoje, a pessoa é atendida e tem que ir buscar o remédio na central. Então, chega a perder meio período do dia para poder sair de determinada região da cidade, vir até a central, ver se tem o remédio (porque tem vezes que a pessoa volta para casa sem o remédio) e então voltar para casa. Além do custo que ela tem, evidentemente, com o transporte. O que nós precisamos? Facilitar a vida das pessoas. E voltar a entregar o remédio nas UBS, nos postos, no UPA, no pronto-atendimento. Nós vamos, também, melhorar o PAM do Vila Martins. Muita gente tem saído de Itu para buscar saúde. Vai no Éden, porque lá o tempo de espera é muito menor. Lá, muitas vezes, a pessoa sai com o remédio na hora e, a depender do exame, faz na hora também. Então nós vamos melhorar muito atendimento do PAM da Vila Martins.

Na questão da água, o que deve ser feito para que Itu tenha pleno abastecimento?

Primeiro, é importante dizer que o atual governo construiu uma narrativa dizendo que o problema da água estava solucionado. Temos mais de duas declarações públicas do prefeito dizendo que o problema da água estava sanado, e não é verdade. Faltou com a verdade. Está faltando água na cidade de Itu. O que precisa ser feito? Investimento na setorização, na pressurização, na troca de tubulação e muitos lugares da cidade. De acordo com o site SNIS, nós temos uma perda de 52,5% de água tratada, o que é muito caro. Para o cidadão que está nos acompanhando aqui, para chegar mil litros na casa dele, tem que ser tratado dois mil litros de água. Isso é muito caro. Então tem que ter, também evidentemente, a troca de boa parte da tubulação aqui na cidade. E existe uma entidade chamada FEHIDRO que, inclusive, se tiver projetos e tiver um plano de controle de perdas de água, eles aportam, inclusive, recursos a fundo perdido. Cidades próximas a nossa têm utilizado desse benefício, e a gente vai buscar esse tipo de parceria com certeza com a FEHIDRO. Fazer um novo reservatório. Nós temos dois pontos da cidade em que é possível, através do diálogo com os proprietários da terra, a gente buscar ali uma forma de a gente colocar um reservatório, que é na Granja Selecta e na Fazenda da Ponte. Aqui, como quem sobe pela represa do Itaim, sentido Maeda, tem ali algumas possibilidades de micro reservatórios também. E na região do Pirapitingui, a transposição da Fazenda Nova Cajuru para a estação de tratamento. Porque a água do Pirajibu não é boa. Está sendo colocada água bruta no sistema. Na água do Pirajibu está sendo despejado esgoto.

O que fará para gerar novos empregos, principalmente aqueles perdidos em decorrência da pandemia do novo coronavírus?

Nós teremos um ano muito difícil em 2021. O reflexo de tudo que a gente está vivendo hoje, crise sanitária, crise econômica. E já está estabelecida essa situação. O reflexo para 2021 vai ser muito forte. Então nós temos que fazer um governo olhando para as pessoas, focado nas pessoas. O que nós vamos fazer: as empresas e comércios que tiveram dificuldade de recolher os seus tributos nesse período da pandemia, nós iremos fazer uma renegociação para aqueles que mantiverem o emprego dos funcionários ou então recontratar. Isso é uma forma de estimular a recontratação, inclusive, de mão de obra. Nós iremos estimular a vinda, também, de novas empresas. Como? Fazendo uma política de isenção fiscal muito forte. Neste ano, ano de pandemia, Indaiatuba recebeu muitas empresas. E eu não estou falando só dessa MEI, que a pessoa que fica desempregada e resolve empreender, acaba abrindo via internet. Estou falando empresa mesmo. Indaiatuba recebeu e a nossa cidade está na contramão da história já há algum tempo. Nós estamos perdendo empresas para cidades da região. A gente precisa, realmente, focar nas pessoas e fazer uma política juntamente com os comércios e empresas para fortalecermos o que temos aqui na cidade. Para que não haja êxodo para cidades da região. Nós iremos também arrumar o zoneamento para aquelas empresas que estão na informalidade, que não conseguem abrir empresa no ponto no qual está, consiga sair da informalidade e então conseguir o seu alvará e também poder tirar nota eletrônica.

Na área de segurança pública, quais são seus projetos?

Nós temos um projeto para a segurança pública que é voltado também para as pessoas. Vamos monitorar a cidade de forma ampla. Hoje, muitas câmeras que têm na cidade não estão em pleno funcionamento. Essa é que é a verdade. Nós queremos levar isso para os focos, inclusive, do tráfico de drogas, que é um grande problema da cidade. Iluminar essas áreas também. Um exemplo clássico é ali no bairro do Jardim Vitória. A parte de baixo do Jardim Vitória, no qual margeia o córrego Guaraú, ainda não foi asfaltado e não tem iluminação. Então é um ponto no qual os malfeitores praticam ali os seus delitos, a venda de drogas. Então nós iremos no foco. Onde existe o problema, nós iremos monitorar e também iluminar para que haja, evidentemente, uma segurança maior e iniba as ações dos malfeitores. E sem falar no fortalecimento da Guarda Civil Municipal. Hoje, nós temos no máximo quatro viaturas de ronda na cidade. Está sucateado. Nós temos heróis dentro da Guarda Civil Municipal que se doam, que se entregam, que desenvolvem um trabalho sério, mas que não têm condição de trabalho. Iremos equipá-los, iremos aumentar o número da frota e valorizar o GCM. E fazer convênios e parcerias com a Polícia Civil, que é a polícia de inteligência, e com a PM também. É necessário fazer um trabalho conjunto com as polícias para que haja maior segurança na nossa cidade. E nós teremos um trabalho efetivo. No nosso grupo temos muitos agentes da área de segurança e a gente tem que trabalhar de forma plena nesse sentido.

O transporte público é uma área sensível aos moradores da cidade. Quais são suas propostas para o setor?

Nós temos um contrato na cidade que deve vencer em poucos meses. E esse é o momento da Prefeitura exigir um maior número de linhas, exigir a troca dos ônibus. Modernizar, com acessibilidade, ar-condicionado, wi-fi para dar mais conforto e segurança aos munícipes, às pessoas que utilizam o transporte público. Cuidar com carinho dos moradores da zona rural. Tem ponto na cidade que o ônibus passa apenas duas vezes. E quando chove forte, muitas vezes o ônibus não chega até lá, e as crianças não conseguem ir à escola. Eu sei que os funcionários da empresa, os motoristas, se desdobram para fazer um bom trabalho. Eles não têm responsabilidade direta nisso. Mas o contrato que existe hoje é o que está aí. Então, o que podemos fazer: melhorar a partir do novo contrato, a partir da nova licitação que vai ser colocada na praça. Aumentar o número de linhas, exigir a pontualidade da chegada dos ônibus. Trabalhar com o sistema de GPS e aplicativo para as pessoas saberem quanto tempo o seu ônibus vai chegar. Isso é possível. Muitas cidades têm trabalhado dessa forma. Eu vi isso quando estive na Inglaterra há muitos anos, já existia isso. Então a gente vai implementar. E, sem falar, nos abrigos dos pontos de ônibus. Aquela pessoa que utiliza o transporte público precisa de mais segurança, precisa de mais conforto e precisa, evidentemente, ter a tranquilidade de que o ônibus que ela está buscando ali naquele determinado horário vai chegar.

Candidato, as suas considerações finais.

Nós temos um projeto sério, nós temos um projeto inovador, nós temos um projeto que é possível realizar. Nós estamos falando a verdade para as pessoas. Nós não estamos inventando qualquer tipo de coisa para poder ganhar a eleição e depois não cumprir, como infelizmente a gente viu acontecer com esse atual governo. Nós iremos focar nas pessoas, cuidar das pessoas. Iremos trazer desenvolvimento para essa cidade. Trazer empresas para essa cidade. Recuperar o tempo perdido. Nós iremos avançar 10 anos em quatro anos. É um grande desafio, mas é possível através da chegada de empresa nessa cidade no distrito industrial que pretendemos implantar. A saúde é uma necessidade. As pessoas que dependem de saúde pública infelizmente estão desassistidas em nossa cidade. Estão saindo de Itu para buscar saúde. E a água também é um grande problema. Nós iremos cuidar das pessoas. Nós iremos fazer um trabalho focado nas pessoas. Sem contar esse grande problema que a gente vê, que é o pós-pandemia. Esse problema ainda vai perdurar por algum tempo, então não tenha dúvida que a parte social que a Prefeitura deve fazer é realmente de ajudar aqueles que mais precisam. Esse é o dever do poder público. As pessoas que menos precisam têm como subsistir, elas têm o seu trabalho. Então precisamos ajudar aqueles que passaram grande necessidade. Muita gente perdeu renda nessa pandemia e muita gente ficou desempregada. Então é um trabalho que não é simples, mas é possível de ser feito. E a gente vai fazer.

Um comentário em “Confira entrevista com Matheus Costa, candidato a prefeito de Itu

  • 24/10/2020 em 23:10
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    Parabéns Matheus Costa. Tenho certeza da sua honestidade, e compromisso com o povo, e que assim sendo eleito ira comprir com suas palavras.

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