Confira entrevista com Prof. Anderson Silva, candidato a prefeito de Itu

Periscópio realizou entrevistas com todos os candidatos a prefeito de Itu nas eleições 2020. As sabatinas foram publicadas semanalmente desde o dia 17 de outubro. Confira abaixo a entrevista feita com o candidato Prof. Anderson Silva (PT), que tem como vice Erasmo Souza (PT).

Foto: Daniel Nápoli

Por que quer ser prefeito?
Sou morador de Itu desde quando nasci. Minha família veio pra cá na década de 1950 e aqui nós fizemos histórias, construímos a história da nossa família, onde Itu nos deu muita oportunidade. Sou filho de migrantes nordestinos, filho de uma doméstica e meu pai é comerciante. E eu sempre precisei do serviço público de qualidade, que infelizmente até hoje não tem funcionado adequadamente em nossa cidade. Diante dessa situação, de todo esse retrocesso, eu me coloquei à disposição da sociedade ituana, porque sei o que é precisar de um posto de saúde funcionando adequadamente. Sei o que é o precisar de um transporte público, que por sinal é muito mal prestado pela empresa que está aí, com um contrato que eu digo “contrato vitalício” e presta um péssimo serviço para a população ituana. Sei, também, o que é precisar de uma educação de qualidade, o qual eu sou professor há 16 anos, como professor do Estado de São Paulo. Eu sei de muitas deficiências que hoje Itu necessita. A saúde já virou uma utopia. Quero trabalhar incessantemente. Meu objetivo é fazer realmente um mandato para a classe trabalhadora.

Quais suas propostas para a educação?
A escola pública hoje é extremamente sucateada. Primeiramente a gente precisaria reformular a forma de ensinar. Por quê? Nós temos uma educação do século 19, educadores do século 20 e alunos do século 21 que são extremamente digitais. Então a atenção que você consegue prender de fato de um aluno são 7 minutos. Depois dos 7 minutos, o tempo restante é dispersão. Então a gente precisa tornar essas aulas atrativas e uma aula que realmente faça que o aluno se interesse. De que forma nós vamos fazer isso? Digitalizando toda a escola municipal. Quadro digital, laptop para os alunos. Transformar a escola pública municipal realmente no que ela necessita ser. Para isso não medirei esforços para transformar a escola pública do século 21.

O que pretende fazer para melhorar o atendimento na área da saúde?
A área da saúde vai ser um tema, acredito, muito batido nessa eleição. Eu tenho soluções a curto prazo, médio prazo e a longo prazo. Curto prazo: transformarei a Prefeitura em um hospital municipal. Isso é curto prazo. Ao assumir, retirarei a Prefeitura de lá, ela vai vir para a Casa do Barão do Itaim e a Prefeitura se tornará um hospital municipal mantido 100% pelo município. Podemos fazer isso. Não podemos esquecer do Cidade Nova. Nós temos ali aproximadamente 70 mil habitantes, como é uma região migratória, acredita-se 100 mil habitantes. Construirei lá, na Regional, um hospital vertical para atender os moradores também do Cidade Nova na questão da saúde.

Na questão da água, o que precisa ser feito para a cidade ter pleno abastecimento?
Nós temos recursos hídricos abundantes. O que acontece dentro de Itu é que não se faz uma política realmente de gestão ambiental. Eu vou dar um exemplo bem simples que nós temos dentro da cidade: na região do São José e Vila Santa Terezinha, nós temos uma bica, onde uma parte da água que mina 24 horas, que é uma água potável, não é devidamente captada. Ela vai para as bocas de lobo e deságua nos rios da nossa região sem ser aproveitada. Nós podemos fazer um trabalho de captação e armazenamento maior para atender a população, porque a captação que nós temos aqui é da década de 1970. Então nós tínhamos na década de 1970 aproximadamente 35 mil habitantes. Hoje nós temos 200 mil habitantes. Nós vamos realmente mudar a história da política da água dentro de Itu, que já virou uma indústria.

O que fará para gerar novos empregos, principalmente aqueles perdidos em decorrência da pandemia do novo coronavírus?
Primeiramente, quando a gente fala de emprego, temos entender que precisamos trazer saúde financeira para os empresários atuais da cidade. Tem muitos empresários que estão sofrendo, estão rastejando para manter as suas empresas e não fechar as suas portas e migrarem para outras regiões. Precisamos trazer saúde financeira, incentivando esses empresários com incentivos fiscais e revertendo esses incentivos em obras e trabalhos assistenciais. Criarei dois polos industriais: um na região do Pirapitingui, o tal polo tão prometido que nunca sai do papel, que é promessa de campanha, e aqui na região da Sete Quedas, que nós já temos um segmento industrial. Nós vamos ampliar ali. São duas áreas que nós podemos transportar as mercadorias, escoar para a nossa região. Incentivando, sim, o empresário a vir para a nossa cidade, com incentivo fiscal para implantar novas empresas e gerar muitos campos de emprego.

Na área de segurança pública, quais são seus projetos?
Nós vamos trabalhar com uma segurança inteligente. Hoje, a Guarda Municipal é uma Guarda atuante, mas o que nós precisamos é criar dentro da GCM um sistema de inteligência. Porque a inteligência na segurança é o que vai garantir a segurança. Ser preventivo. É isso que é necessário. Não adianta a gente equipar a Guarda Municipal, dar viatura, dar armamento, fardamento, colete e você não trabalhar com inteligência, porque aí todo investimento é em vão. Precisamos trabalhar assim, com inteligência. E é assim que nós vamos trabalhar no nosso mandato.

O transporte público é uma área sensível aos moradores. Quais são suas propostas para o setor?
Eu tenho andado muito, principalmente nas regiões periféricas, inclusive rural. E as reclamações são sempre as mesmas: a má prestação de serviço pela empresa atual. Não irei renovar o contrato com essa empresa. Se eleito for, ela considere-se fora de Itu. Vou trazer aqui, além de empresa que queira trabalhar com ônibus novos – essa será a exigência desse prefeito, se eleito for –, ônibus com ar-condicionado, wi-fi. Vou implantar um sistema de van, que é um transporte alternativo. Essas vans terão um proprietário, não é uma empresa, para poder também gerar emprego para o pai de família. Ele vai ter direito de uma linha. Ele vai passar na mesma linha do ônibus e o usuário do transporte público vai ter uma opção: o ele vai de van ou ele vai com o ônibus coletivo. Aquele que prestar melhor serviço é que vai conseguir captar o cliente e poder trabalhar. Junto com isso, em pontos estratégicos da cidade, nós vamos criar transportes alternativos, como patinetes, bicicletas, para o transeunte que quiser sair do Centro e ir até a Vila Nova, não ser necessário ele pegar o ônibus ou uma van. Pega a bicicleta e vai até a Vila Nova, e lá vai ter um novo posto para ele pegar essa bicicleta e fazer o seu deslocamento.

Candidato, suas considerações finais.
Não foi citado aqui a habitação. É de extrema importância a questão da habitação na nossa cidade. Habitação tem se tornado algo muito crítico, porque Itu se tornou uma cidade de condomínios, cidade dormitório. Isso não gera renda para a cidade. Primeiramente eu vou, em meu primeiro ano de mandato, construir mil casas populares com valor acessível para o trabalhador pagar de R$ 40 a R$ 120 em cinquenta anos. Isso, sim, é política habitacional, não política de condomínio. Porque o pai de família, o trabalhador, precisa ter condições para pagar a moradia dele. Não adianta ele ter emprego e não ter onde morar e todo dinheiro dele ir para o aluguel. Chega dessa política nefasta na nossa cidade. Nós vamos mudar. Vamos trabalhar para o trabalhador, que é o piso. Corresponde a 70% da nação brasileira. É isso que eu quero fazer aqui dentro de Itu: a maior política social. O meu mandato será voltado para a classe trabalhadora, não desfavorecendo o empresário. O empresário terá espaço, mas ele terá espaço desde que ele queira fazer uma política social.