Crise na Santa Casa é discutida por vereadores na Câmara de Itu

Como não poderia ser diferente, na sessão ordinária da Câmara de Vereadores da última terça-feira (1º) a crise na Santa Casa de Itu foi tema das falas dos parlamentares, que votaram moções de repúdio ao São Camilo, provedor e vice-provedor da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia.

O vice-presidente Giva Silva (Cidadania) propôs que fossem feitas as moções e foi um dos mais enfáticos em suas críticas e defesa aos funcionários. “Algo tem que ser feito em prol dessas famílias. Agradeço a todos que votaram para as famílias que ficaram sem nada de um dia para o outro”, afirmou o edil, lembrando que muitos trabalhadores se arriscaram durante a pandemia.

Giva ainda cobrou que a diretoria da irmandade tire Dr. Raul de Paula Leite do comando da mesma. “Se a diretoria não quiser ser conivente, que tire ele de lá. Tirem esse homem de lá, que tanto malefício está fazendo para a cidade de Itu. Joaquim Borges está virando e revirando no túmulo”, declarou, citando o benemérito que deixou seu legado para a Santa Casa e IBAO.

O presidente Dr. Ricardo Giordani (PL) também não poupou críticas ao provedor da Irmandade. “Não tenho o desprazer de conhecer, e se for conhecê-lo que seja na cadeia”, disse. Segundo ele, Dr. Raul trouxe um prejuízo enorme para Itu e não conhece nada da cidade. “Não é possível que uma pessoa que sequer mora em Itu, esteja há 30 anos fora, queira ser provedor da Irmandade sem algum interesse escuso por trás. Ninguém aqui é bobo”. O presidente ainda disse que, não fosse a atuação do prefeito Guilherme Gazzola (PL), a Santa Casa estaria fechada.

Ainda conforme Giordani, uma cláusula colocada em 2014 no contrato de comodato da Santa Casa ao São Camilo “isentava” a sociedade beneficente das dívidas trabalhistas, que ficariam com a Irmandade. Isso fez, ainda de acordo com o vereador, que o São Camilo inchasse o seu quadro de funcionários.

“O São Camilo inchou o seu efetivo em 250 pessoas. Isso tem documentado”, afirmou. Por isso, nem todos os funcionários deverão ser absorvidos pelo INCS – Instituto Nacional de Ciências da Saúde, empresa contratada emergencialmente pela Prefeitura para gerir o hospital. Também segundo Giordani, boa parte dos trabalhadores será “incorporada” à nova gestão, “especialmente aquele que tem mais tempo de casa”.

Também segundo o presidente, está sendo estudada uma forma para que os convênios voltem a atender na Santa Casa, o que no formato atual de intervenção não é possível. “Todos os conveniados estão sendo alertados para ser atendido pelo SUS, porque vai ter uma qualidade muito boa, até que se acerte a questão jurídica”, afirmou Giordani.