De volta à Câmara, Eduardo Ortiz se vê mais preparado para legislar

O advogado e servidor público concursado Paulo Eduardo Andrade Ortiz, 39 anos, está de volta à Câmara Municipal de Itu. Após ter uma votação expressiva em 2016 e não entrar por conta do quociente eleitoral, Eduardo Ortiz, como é mais conhecido, foi o candidato a vereador do MDB mais votado e conquistou uma das cadeiras do Legislativo com a quarta melhor votação nesta eleição, obtendo 1.332 votos.

Mais preparado depois de quatro anos como vereador (2013-2016) e ter disputado, em 2018, o cargo de deputado estadual pelo partido NOVO, Ortiz ganhou capital político nos últimos anos. “No período que fiquei na Câmara, eu fiz um trabalho, acredito, diferenciado. Inaugurei uma nova forma de fazer política na cidade e a população reconheceu”, afirma o vereador eleito, que acredita que a política deve ser feita com “independência e isenção”.

Filho de uma catequista e ex-presidente da associação do bairro São Luiz, Ortiz iniciou no meio político em 2004, como o candidato a vereador mais novo da cidade, com 22 anos, quando foi convidado pelo pároco da Igreja do São Luiz para ser o representante da comunidade – mas ele frisa que nunca usou a igreja como palanque. Lá ele aprendeu a tocar violão e é salmista há 30 anos. “É o único momento que eu tenho de colocar os dons que Deus me deu para agradecer”, afirma ele, que hoje é casa e tem duas filhas pequenas.

Para a eleição deste ano, Ortiz afirma que tinha “portfólio” para mostrar aos eleitores. “Tudo que eu mostrei foi o que eu fiz no meu primeiro mandato”. Transparência, fiscalização e atendimento à população são e serão os pilares de sua atuação no Legislativo, afirma. O vereador também comentou a ida ao MDB de Rita Passos nesta eleição.

“A maior parte das vezes que eu troquei de partido não foi por minha causa, não foi porque eu quis. É porque alguma coisa aconteceu e fui obrigado a mudar”. Ele relembrou o episódio quando era vereador e “perdeu” o DEM, sendo obrigado a migrar para o nanico PHS. A ida para o NOVO foi por vontade própria. “Como estava sem mandato, eu quis mudar”. Já escolha pelo MDB, então, foi estratégica.

Com o NOVO não constituindo diretório no município, Ortiz precisou procurar uma legenda para disputar o pleito. “Mais uma vez, compulsoriamente, eu tive que mudar. A gente não pode esperar”, afirma o parlamentar. Segundo ele, seu nome teve rejeição nos demais partidos por conta de sua expressiva votação em 2016, e o MDB foi o partido que o acolheu. “Não é porque eu mudei de partido que meus valores mudaram”.

Em sua sexta eleição, Ortiz relata as dificuldades da campanha. “Mas foi igual para todo mundo”, frisa. A vantagem, segundo ele, foi que as pessoas “lembraram de quem fizeram”. “Aquele que se destacaram e fizeram um trabalho marcante, foram mais lembrados”. O vereador também comenta os ataques que sofreu durante a campanha na internet.

“Particularmente eu já esperava. Já era esperado que eu teria uma boa votação e que com certeza os ataques viriam. Muitas fake news, muitas mentiras. Mas eu acreditava naqueles que me conheciam”, declara. Ortiz comenta que o episódio do “mal-entendido” em 2013 não o prejudicou em 2016. “Foi uma maldade política da época. Nessa eleição, onde o episódio estava mais distante, eu acho que ficou mais no esquecimento da população”.

Ortiz diz estar esperançoso com a nova configuração da Câmara e afirma que “subiu o nível”. “O sentimento é de esperança, que foquem no munícipe”. Para seu mandato, o vereador prega a “diplomacia” e “respeito”. “Muita coisa eu consegui com respeito e diplomacia, com a educação de sempre. A gente saber respeitar as autoridades. Cada um tem uma cabeça. Embora a gente lutar pelas nossas ideais não é desrespeitar o outro”, diz, relembrando o desrespeito que sofreu em sua primeira legislatura.

Com o Executivo, ele espera manter a cordialidade. E quer desmistificar a fiscalização. “Fiscalização não é afronta ao Executivo, é auxílio. Porque o prefeito não tem olhos em toda a cidade. Aí que entram os vereadores. Somos em 13. Cada um fiscalizando uma parte da cidade, que o ideal seria isso”, explica.

Ortiz se vê mais preparado atualmente. “A gente deixou um legado para a cidade, em muitos setores da política. Há muitas pessoas que procuram menosprezar. Mas a voz do povo fala mais alto e o tempo é o nosso aliado”, apontando que vem em ascensão eleitoral. Em 2012, foi eleito para a última cadeira, pelo quociente eleitoral. Em 2016, dobrou a votação. E agora, já pensa em voos maiores.

Questionado se pretende pleitear a presidência da Câmara, Ortiz diz que coragem e capacidade ele tem. “Só falta a oportunidade. Se tiver, é claro que eu assumo. Tenho muitas ideias na minha cabeça, inclusive”, disse, afirmando que não tem ambição pelo poder. “Tudo que for para o bem da população a gente tem coragem de enfrentar”.