Dia do Jornalista é celebrado hoje no Brasil; confira relatos

Comemora-se em 7 de abril, no Brasil, o Dia do Jornalista, dedicado ao profissional bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, cuja função – e missão – é apurar, informar e ajudar a analisar fatos.

Criado em 7 de abril de 1931, pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o Dia do Jornalista homenageia o jornalista e médico Giovanni Battista Líbero Badaró, morto em 22 de novembro de 1830, que participou em diversas lutas a favor da independência do Brasil. Líbero Badaró era proprietário do jornal Observador Constitucional, um dos principais motivadores da liberdade de imprensa.

A morte de Líbero Badaró, em termos misteriosos, é atribuída a inimigos políticos e o falecimento causou descontentamento tamanho à população que culminou na abdicação do trono de D. Pedro I, justamente em 7 de abril de 1830. Em alusão a data e para falar sobre “o que é jornalismo”, o Periscópio traz depoimentos de jornalistas da casa e convidados. Confira:


Arcílio Bragagnolo Neto: “Definitivamente o mundo não seria o mesmo sem o jornalismo. Em tempos de pandemia, quando priorizamos e definimos o que é essencial, ficou ainda mais evidente que o jornalismo é uma destas áreas. Em pandemias de um passado distante, como a peste negra e a gripe espanhola, que mataram milhões de pessoas, as estatísticas foram ainda maiores pelo pequeno ou nulo desenvolvimento de duas áreas em especial: a medicina e, claro, o jornalismo. Somente com o jornalismo é possível fazer com que o público receba em casa as informações vitais da ciência, necessárias para diminuir o contágio e saber a intensidade da transmissão. Voltando ao século XXI, enfrentamos também uma época de fake news travestidas de jornalismo, que fazem com que os jornalistas sejam ainda mais essenciais para trazer ao público a notícia real e checada.”


Daniel Nápoli: “Jornalismo é sacerdócio, é teimosia. É ir atrás da informação, é levar conhecimento para a sociedade, levando-a a refletir. Jornalismo é utilidade pública. Em um período tão caótico que estamos vivendo de pandemia, não fosse ele a desinformação e as fake news ganhariam ainda mais força. Esse é o papel do jornalismo, levar a verdade, alertar, orientar, mesmo contrariando parte do público, afinal de contas todos querem saber os fatos, querem a verdade, mas nem sempre todos ‘gostam’ dela.”


Moura Nápoli: “É um clichê, mas jornalismo é um sacerdócio. E um dom! Entendo que a pessoa nasce jornalista, muito embora haja aquelas que acabam se formando apenas para ter o diploma pendurado na parede. Ser jornalista é não apenas ter acesso às informações, como saber como passá-las adiante, com critério, objetividade e honestidade. E nos dias de hoje isso é de suma importância. É fascinante poder informar com qualidade e responsabilidade. É fazer história. E isso passa por todas as editorias, desde as mais simples até as mais complexas. Feliz quem pode cumprir essa missão e o faz com segurança, responsabilidade e determinação.”


Regina Lonardi: “Eu vejo o jornalismo, na minha vida, como uma missão. Nesses 27 anos de carreira pude contar inúmeras histórias, sempre de forma ética e profissional.  O jornalismo é apurar os fatos, checar as informações e ouvir todas as versões da história. É levar até o leitor, de forma isenta, as informações corretas para que ele possa formar sua própria opinião. Neste  momento em que as fake news ocupam espaço preocupante nas mídias sociais e aplicativos de mensagens, o trabalho do jornalista se torna ainda mais importante, pois só através do jornalismo profissional, que tem compromisso com a informação precisa, podemos conhecer  as verdadeiras histórias e a narrativa real dos acontecimentos.”


Tadeu Italiani: “Fazer jornalismo é olhar para o leitor não como mero consumidor, mas como um cidadão. Pode parecer utopia, mas o jornalismo é um serviço público, no qual o profissional da imprensa reporta à sociedade os fatos com o maior grau de imparcialidade, sempre respeitando a ética. Infelizmente muitas reportagens buscam grandes audiências e repercussão, e por conta disso, passam por cima dos princípios básicos do jornalismo. A apuração da notícia e a constatação de veracidade da informação é uma máxima que o jornalista deve ter em seu DNA. Devemos nos preocupar mais com as pautas do amanhã e menos com as do passado. A verdade dos fatos deve sempre ser o carro chefe do jornalismo. Infelizmente estamos vendo, em determinadas situações e fatos, a degradação da prática jornalística. Cabe à sociedade filtrar o verdadeiro profissional da imprensa, do “jornalista fake” que aceita as regras do jogo, anulando as regras do jornalismo. Termino com a frase do grande mestre jornalista Alberto Dines: ‘A sociedade que aceita qualquer jornalismo não merece jornalismo melhor’.”


André Roedel: “Jornalismo é contar histórias e, ao mesmo tempo, participar dela. Nenhuma sociedade no mundo evolui sem a presença de um jornalismo crítico e participativo. Vivemos tempos difíceis em que essa qualidade está sendo podada (por diversos fatores), mas é preciso manter a fagulha acesa. Porque, mais do que saber narrar os fatos, é preciso questionar como eles ocorrem para entender o nosso futuro enquanto seres viventes e sociais. Através da reflexão e do bom jornalismo podemos contribuir para uma nação mais justa para todos.”