Dia do Professor: jovens educadoras comentam profissão

Daniel Nápoli/Nayara Palmieri

Na terça-feira (15),comemora-se o Dia do Professor. De acordo com levantamento do Ministério da Educação no ano passado, apenas 2% dos jovens que saem do Ensino Médio, escolhem ser professores. A falta de um plano de carreira, baixos salários e pouca valorização, são alguns dos motivos elencados para a baixa adesão.

Para marcar a data, o Periscópio esteve em contato com três jovens professoras, que falaram um pouco sobre seu trabalho, motivações e expectativas de carreira,

Há um mês e meio atuando na área, a professora de artes Susanne Roosch de 28 anos, comenta sobre o trabalho recente. “Nunca me imaginei professora e muito menos trabalhando com crianças.Comecei pois fui muito incentivada a assumir aulas em uma área que eu realmente amo de paixão e já trabalho com isso há algum tempo, explica”.

Susanne comenta que todo dia é um desafio. “Cada aula é uma vitória ou derrota. Eu estou aprendendo todos os dias. Cada aula tento técnicas novas. Tem dia que dá muito certo, outro dia nem tanto.Mas no final vale a pena! Você enxerga os que estão se desenvolvendo na sua aula e que amam de paixão a matéria, se surpreende com habilidades ainda não reconhecidas, recebe aquele abraço e sorriso sinceros quando chega na sala, ganha aquele desenho feito especialmente para você. É exaustivo e gratificante ao mesmo tempo”.

Sobre o futuro da profissão, Roosch acredita na necessidade de um preparo maior. “Acredito que cada vez mais os professores precisarão se preparar psicologicamente e didaticamente e aqueles que já exercem a profissão há anos precisarão ser mais flexíveis para se conectar melhor com as gerações atuais”.

Susanne aproveita ainda para aconselhar quem deseja seguir a carreira. “Professor é um bem valioso. Ensinar é um presente Divino. Compartilhar com tantos aquilo que Deus te proporcionou em sabedoria e experiência é, além de tudo, transformador. Porquê é graças aos professores que o ciclo de ensinar e aprender não se acaba. Aprendemos para ensinar e ensinando, aprendemos”.

 Embora tenha uma primeira formação (em Administração), a professora Marina Sandoval Ming, também de 28 anos, se encontrou de fato, como educadora. “Sou professora há cinco anos e me apaixonei pela profissão desde a primeira vez que entrei em uma sala de aula. Foi amor à primeira vista”.

Marina conta que um exemplo na família a influenciou. “A escolha de ser professora tem influência da minha família, tenho o maravilhoso exemplo da minha mãe. Excelente profissional, dedicada, não media esforços para transmitir todo o conhecimento necessário aos seus alunos, sempre compartilhando comigo as alegrias e os anseios da profissão”.

A educadora, que trabalha com crianças de 4 a 7 anos, explica seu sentimento em lecionar. “Ser professora é, muito antes de ser uma profissão, uma das formas mais genuínas do amor, havendo uma enorme troca diária. Ver a evolução de cada aluno é muito especial!

Espero sempre contribuir da melhor forma possível na vida dos meus alunos e continuar aprendendo junto a eles, seguindo essa minha vocação sempre com muito amor, dedicação, comprometimento, estudo e doação”.

Atualmente atuando como professora de Física para alunos do Ensino Médio, Jossiara Moreno de 36 anos, conta que começou a dar aula, sem mesmo saber que era a profissão que pretendia seguir. “Quando entrei no Ensino Médio, meus amigos começaram a ter muitas dificuldades nas ciências exatas e eu tinha certa facilidade e quando eles ficavam com nota baixa, em recuperação, eles iam em casa e eu estudava com eles e achava interessante, não me incomodava em ajudar os amigos. O tempo foi passando e no ano seguinte começaram as primeiras aulas particulares”.

Após ingressar na faculdade cursando Física Médica, decidiu pela licenciatura. “Percebi que era isso que me motivava,chegar e dar aula. Mudei para licenciatura e todo ano faço curso de reciclagem e desde então não paro de estudar”.

Moreno aproveita para aconselhar. “Para aquele aluno que deseja a profissão de professor, digo para ser forte, superar as dificuldades que surgirão, pensando que valerá a pena. Quando os resultados aparecem, quando um aluno realmente aprende aquilo que passamos, vale a pena. Não é carreira de ganhar muito dinheiro, é carreira de fazer a diferença na vida de alguns alunos, seja com conhecimento técnico ou um conselho de amigo”, conclui.