Em Itu, mais de 9 mil pessoas ainda não tomaram a 2ª dose da vacina contra Covid

Davi Seremramiwe Xavante é a primeira criança a se vacinar contra a Covid-19 no Brasil (Foto: Divulgação/Governo de SP)

Com o novo aumento de casos da Covid-19 (principalmente com a variante Ômicron), cresceu também a procura pela vacinação contra a doença, porém ainda é grande o número de pessoas que não se vacinaram ou não completaram o ciclo vacinal. De acordo com informações da Prefeitura de Itu ao Periscópio, 9.824 pessoas ainda não tomaram a segunda dose do imunizante e até o momento 32.278 ainda não tomaram a chamada dose de reforço.

 À reportagem, a médica infectologista Dra. Luciana Gomes Corrêa Nóbrega destaca a importância de se vacinar. “Quando nos vacinamos pela primeira vez contra o SARS-CoV-2 [vírus causador da Covid] aumentamos as células da resposta de defesa do nosso organismo. Essas células rapidamente ficam inativas, se não encontrarem um imunizante novamente”, explica.

“A velocidade com que essas células são eliminadas depende de cada imunização, e varia entre as pessoas. Observou-se em estudos que houve uma queda de nível de defesa alguns meses após as duas primeiras doses, assim como após a infecção natural pelo SARS-CoV-2”, prossegue a profissional. “Quando aplicamos a dose de reforço, funciona como um estímulo para os linfócitos [as células de defesa] se expandirem exponencialmente, maximizando a chance de memória protetora eficaz contra a doença”, destaca.

“Chamamos de ‘booster vacinal’ esse reforço. Ao aumentar a quantidade de anticorpos circulantes, isso reduz a chance de cada pessoa se infectar e adoecer. O uso de imunizantes diferentes para a dose de reforço aumenta a chance de enriquecer a resposta de defesa contra as variantes do coronavírus e até o momento os estudos demonstram benefícios com essa prática”, reforça.

Vacinação de crianças

Nesta sexta-feira (14), o indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos de idade, foi a primeira criança vacinada no Brasil contra a Covid-19. O garoto indígena realiza tratamento de saúde no complexo do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo. O governador João Doria (PSDB) acompanhou o início da campanha estadual para crianças de 5 a 11 anos.

A campanha de vacinação infantil em São Paulo começou imediatamente após a entrega do lote inicial de 234 mil vacinas pediátricas da Pfizer à Secretaria de Estado da Saúde. As equipes da pasta receberam o imunizante no final da manhã de sexta, e a distribuição para todas as regiões do estado foi iniciada no final da tarde.

Nesta primeira etapa da campanha de vacinação infantil, o Plano Estadual de Imunização recomenda que as 645 prefeituras do Estado priorizem crianças de 5 a 11 anos com comorbidades, deficiência, indígenas e quilombolas. A estimativa é que 850 mil menores nestas condições sejam vacinados de forma prioritária.

 O Ministério da Saúde encaminhou apenas 234 mil doses para a Secretaria de São Paulo nesta sexta. A expectativa do Governo do Estado é que o órgão federal encaminhe novos lotes a partir da próxima semana. Em Itu, a vacinação começa na segunda-feira (17).

A lista das comorbidades é definida pelo Ministério da Saúde. Pais e responsáveis precisam apresentar nos postos de vacinação comprovantes como exames ou qualquer prescrição médica. Os cadastros já existentes nas Unidades Básicas de Saúde também poderão ser utilizados para a vacinação.

O Governo de São Paulo também recomenda o pré-cadastro no site www.vacinaja.sp.gov.br para a campanha infantil. O preenchimento do formulário digital é opcional e não é um agendamento, mas agiliza o atendimento nos postos, evitando filas e aglomerações.

Para cadastrar os filhos, pais e responsáveis devem acessar o site, clicar no botão “Crianças até 11 anos” e preencher o formulário. Se o processo não puder ser feito pela internet, os pais não precisam se preocupar, pois o cadastro completo poderá ser feito presencialmente nas unidades de vacinação. Confira a lista de comorbidades no site do JP.