Evento realizado no Secom debate rumos e riscos para a democracia após a eleição

Para o desembargador Alfredo Attié Júnior, é importante que se debata política em todos os lugares/ Foto – André Roedel

Na noite da última quinta-feira (25), o auditório do Secom (Sindicato dos Comerciários) recebeu o evento “Diálogos Sociais: Rumos e Riscos para a Democracia”, organizado pelos advogados Paulo Giovanni de Carvalho, Caíque Vilela e Thiago Souza, com apoio do próprio Secom e da Academia Paulista de Direito.

Participaram do debate o desembargador Alfredo Attié Júnior como representante do pensamento jurídico, a professora Helena Vetorazo como representante do pensamento acadêmico e a deputada estadual eleita Mônica Seixas (PSOL) como representante dos movimentos sociais das minorias pela “Bancada Ativista”.

O evento, que pretende inaugurar uma série de diálogos intersetoriais, contou com uma explanação de Attié Júnior sobre a democracia no Brasil, desde a proclamação da República até o momento atual de eleição presidencial. Em sua explicação, o desembargador disse que está dentro da democracia resolver a sua própria crise.

Já a professora Helena comentou sobre os dilemas democráticos e experiências antropológicas. “Nós vivemos em um estado democrático, mas para poucos”, disse. Finalizando as explanações, a deputada eleita Mônica Seixas disse que a crise política que atravessamos não termina neste domingo (28) com o resultado do pleito, mas continuará por mais 10 anos.

Um dos organizadores, o advogado Paulo Giovanni de Carvalho falou sobre o evento. “Achei importante proporcionar uma conversa qualificada entre representantes de áreas diversas de conhecimento humano, com formações específicas, mas tendo em comum a profundidade de estudos e vivências”, declarou, informando que uma nova edição deve acontecer em novembro em Salto ou Indaiatuba.

Ao JP, o desembargador Alfredo Attié Júnior resumiu o evento como importante e que o Brasil necessita de diálogo. “São esses debates que são mais importantes até que todo o processo político”, disse. O jurista também falou sobre a falha do sistema educacional em não ensinar aos alunos a importância da democracia.

“Isso decorre exatamente do fato de nós não termos uma experiência democrática, a gente não considerar isso um valor. Então isso não é transmitido. Mas eu acho que isso é importante. Acho que nas famílias as pessoas precisam dizer isso, na escola, no dia a dia a gente precisa saber disso. A democracia é um processo de inclusão, de integração. Fazer com que as pessoas cada vez mais tenham direito e participem”, declarou.

A deputada Mônica Seixas falou sobre a importância de debater democracia em sua cidade. “A democracia não chegou a todos os lugares. Em alguns lugares, como no interior de São Paulo, menos. A gente tem parlamentares que produzem pouco, investigam menos ainda e que distribuem pouco as tomadas de decisões para as pessoas. Então, quando vamos falar de democracia, precisamos falar de uma democracia real, com a participação das pessoas, com a política pela política e com o debate de ideais”, finalizou. (André Roedel)