Ex-vice-prefeito Oliveira Jr. é transferido para a Cadeia Pública de São Roque

Élio Aparecido Oliveira, o Oliveira Júnior, de 59 anos, ex-vice-prefeito de Itu, foi transferido para a Cadeia Pública de São Roque/SP na tarde da última quinta-feira (29). Ele estava preso na cidade de João Pessoa/PB, após ter sido encontrado no município paraibano de Cubati, quando se encontrava um ano foragido da Justiça.

Na madrugada de quarta-feira (28), o Delegado Titular de Polícia Civil de Itu, Nicolau Santarém, se dirigiu juntamente com dois investigadores até a capital do Estado da Paraíba, passando por Recife/PE. Da penitenciária de João Pessoa, as autoridades retornaram de avião com Oliveira, chegando a Itu na madrugada de quinta.

O ex-gestor do Ituano Futebol Clube foi encaminhado por volta das 14h até a Delegacia Seccional de Sorocaba/SP e levado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito. Posteriormente, ele foi para a Cadeia Pública de São Roque, onde aguardará uma vaga no Sistema Penitenciário do Estado de São Paulo.

Na Delegacia Seccional de Sorocaba, na tarde de quinta, Dr. Marcelo Carriel, Delegado Seccional, e Dr. Nicolau Santarém concederam uma entrevista coletiva, onde relembraram o caso, bem como explicaram sobre a transferência de Oliveira Júnior.

De acordo com Carriel, o empresário negou que estava fugindo da Justiça, tendo morado entre o período em que esteve foragido (um ano) nas cidades de São Paulo, Florianópolis/SC, Fortaleza/CE e Recife, até ser encontrado no interior paraibano. “Porém essa alegação dele cai por terra, uma vez que ele foi abordado com uma documentação falsa. Se ele não estivesse fugindo, não teria o porquê de estar utilizando documentos falsos”.

Questionado sobre como o empresário conseguiu realizar diversos deslocamentos até ser encontrado, o Delegado Seccional disse. “Ele nos disse que viajou durante todo esse tempo por meio dos recursos financeiros que possuía e também com a ajuda de conhecidos”, afirmou.

Dr. Nicolau aproveitou a coletiva para falar como foi o período de transferência de Oliveira. “Ele não ofereceu nenhuma resistência, até alegou problemas de saúde, como diabetes, nos mostrando medicamentos que alega estar tomando. É importante dizer que para trazê-lo, foi necessária uma autorização judicial lá da Paraíba e tudo ocorreu sem nenhum problema”, relata.

Oliveira ainda aguarda o julgamento de um último recurso pelo Superior Tribunal de Justiça, que é o pedido de anulação do júri que o condenou. Porém, o empresário começa a cumprir a pena em São Roque.  

Sobre o caso

Em fevereiro de 2015, Oliveira Júnior foi condenado a 20 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio, no caso da morte do advogado Humberto da Silva Monteiro. O crime se deu em janeiro de 2006, na região central de Itu.

A vítima se encontrava no banco do passageiro de uma caminhonete dirigida pelo radialista Josué Dantas Filho. Dr. Humberto foi morto com dois tiros na cabeça, enquanto que Dantas levou um tiro de raspão na mesma região, sofrendo ferimentos superficiais.

Na época em que foi condenado, o ex-vice-prefeito pôde seguir respondendo ao processo em liberdade por ter residência fixa, mas em agosto do ano passado a Promotoria de Justiça de Itu pediu à Justiça que o nome de Oliveira Júnior fosse incluído em uma lista de pessoas procuradas pela polícia brasileira, com o objetivo de evitar que o empresário deixasse o país.

A Justiça acatou a solicitação da Promotoria e, com isso, todas as unidades da Polícia Federal do Brasil foram informadas do nome de Oliveira no sistema, porém o empresário foi preso somente em 25 de setembro deste ano, no Estado da Paraíba, durante uma blitz.

Defesa

A reportagem esteve em contato com o advogado de defesa de Oliveira Júnior, Dr. Flávio Markman, que disse “estar aguardando um parecer para que o empresário seja transferido para uma penitenciária segura”, acrescentando que “espera ter uma notícia satisfatória em breve”.

Quanto ao recurso solicitado junto ao Superior Tribunal de Justiça, Markman diz. “Faz três anos que estamos aguardando. Estamos lutando para que o caso seja julgado o quanto antes”, revela. (Daniel Nápoli)