FAMA Museu apresenta exposições de Sérgio Adriano e Monica Nador em Itu

Em Aquilo Que Sempre Se Chamou De Arte, por meio de oficinas de desenho e estêncil, pretende-se estabelecer um dispositivo para diálogos e trocas entre o público do espaço e a vizinhança (Foto: Divulgação)

A Fábrica de Arte Marcos Amaro abre neste sábado (11) duas novas exposições. Em uma, o artista catarinense Sérgio Adriano H, por meio da curadoria de Claudinei Roberto da Silva, traz o projeto Não Consigo Respirar, que procura discutir o racismo que é invisível, trazendo a questão: como estamos nos posicionando no Brasil/Mundo ontem, hoje e amanhã contra o racismo?

 Já a artista paulista Mônica Nador, junto ao JAMAC (Jardim Miriam Arte Clube), apresenta Aquilo Que Sempre Se Chamou De Arte com o objetivo de desenvolver um acervo de imagens sobre ideias de arte a partir do acervo da FAMA Museu e do diálogo com o público. As exposições ficam disponíveis no museu.

O projeto Não Consigo Respirar discute sobre o racismo que é visível para negros, índios, pardos e outros grupos vitimados pelo preconceito de etnia e cor de pele. Ao abordar Corpo, Palavra, Fé e Sociedade, procura-se, a partir da arte, evocar aspectos do pensamento e indagações no que se refere à Verdade, Colonialismo, Racismo Estrutural e Descolonialismo. Essas indagações se desdobram em outras questões filosóficas, pois, como pontua o curador, não basta apenas responder, é necessário também dar vazão a diversos outros questionamentos que se desenvolvem sobre o prisma da arte e da vida.

 O filósofo Franklin Leopoldo e Silva ressalta que “singularidades raciais e culturais devem ser comparadas, para ressaltar o sentido da diversidade”. Neste postulado, amplia-se o olhar sobre o que é apresentado: racismo, gênero, preconceito e paradigmas, em que o falso é tomado pelo verdadeiro.

 “Cada vez mais estamos mais informados, porém com menor ganho de conhecimento, pois não somos educados para formular perguntas, mas sim, para responder perguntas. Portanto, o projeto busca o diálogo com o espectador, a comunidade e os estudantes sobre a igualdade, tornando visível o que está invisível”, diz Claudinei Roberto, reforçando que a exposição é uma analogia ao isolamento da dor do preconceito – dor da dor, um diálogo sobre o ser humano na sociedade, aquilo que não se deseja olhar – a morte social por meio do preconceito. Morte que não é só física, mas moral e diária.

 Já em Aquilo Que Sempre Se Chamou De Arte, por meio de oficinas de desenho e estêncil, pretende-se estabelecer um dispositivo para diálogos e trocas entre o público do espaço e a vizinhança, gerando um acervo de imagens sobre ideia de arte com pinturas em tecidos.

 O desenvolvimento dos ateliês de desenho e estêncil tem também foco na realização de debates sobre arte, diversidade, inclusão, cultura e direito à cidade e memória. A ideia é criar uma série de conversas e oficinas que, por meio da produção artística, possam promover a criação de imagens propositivas para uma reflexão crítica sobre a representação, história, pertencimento e arte.

 O método de trabalho inclui rodas de conversa, acompanhadas de oficinas de desenhos com os participantes; a produção das máscaras e matrizes de estêncil; o desenho e planejamento do espaço da sala expositiva da Fábrica de Arte Marcos Amaro e, em seguida, as experimentações de pintura em tecido.

 A abertura neste sábado será das 11h às 17h. O FAMA Museu, que fica localizado na Rua Padre Bartolomeu Tadei, 09, Vila São Francisco, estará fechado do dia 20 de dezembro até 5 de janeiro de 2022. Agendamentos pelo site www.famamuseu.org.br ou telefone (11) 4022-4828. Entrada gratuita e classificação livre.