Filha pede doação de sangue para mãe com diagnóstico de leucemia aguda

A vida da vendedora Maria Donizeti de Carvalho Franco, de 58 anos, moradora de Salto, foi bruscamente alterada no mês de agosto, quando foi diagnosticada com leucemia aguda. Internada desde então, ela – que por 30 anos trabalhou na mesma loja e é querida por inúmeras pessoas – precisa agora consumir entre uma a duas bolsas de sangue e plaquetas por dia para sobreviver.

  A advogada Rafaela Franco, filha de Maria Donizeti, explica que a mãe estava com falta de ar e fraqueza, o que levou a família suspeitar de Covid-19, e foi levada para o hospital em Salto. A doença causada pelo novo coronavírus foi descartada, mas, após um exame de sangue realizado, foram constatadas graves alterações no resultado, confirmando em seguida se tratar de uma leucemia aguda.

  A leucemia aguda, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), é um dos 12 tipos da doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente de origem desconhecida. Nesse tipo, as células leucêmicas não podem fazer nenhum trabalho das células sanguíneas normais. O número de células leucêmicas cresce de maneira rápida e a doença agrava-se em um curto intervalo de tempo – o que aconteceu com Maria Donizeti.

 De acordo com Rafaela, sua mãe apresentava um número muito baixo de plaquetas, por isso precisou consumir muitas bolsas de sangue inicialmente. “Foi absurda a diferença que fez depois que a minha mãe tomou uma bolsa de sangue. Lógico que ela se manteve internada, totalmente debilitada, mas essa bolsa de sangue ajudou a não acontecer o pior”, conta.

 Após três dias no hospital em Salto, Maria Donizeti conseguiu uma vaga no Conjunto Hospitalar em Sorocaba para tratar a leucemia. Ela iniciou um procedimento pré-quimioterapia para preparar o corpo para o tratamento, com medicação e mais bolsas de sangue e plaqueta. Porém, no nono dia de internação, ela apresentou sintomas de Covid (o que dessa vez foi confirmado), precisando ser isolada, com o tratamento suspenso.

Ação para todos

Foi então que Rafaela recebeu o pedido da direção do hospital para que ela levasse dez doadores para “repor” as bolsas utilizadas por sua mãe. “A grande maioria das pessoas não está habituada a isso”, comenta Rafaela, que iniciou uma espécie de campanha em suas redes sociais, convidando mais interessados em doar sangue de qualquer tipo, e não só o de sua mãe (A negativo).

“Não foi só pela minha mãe que eu decidi pedir essas doações. É de um modo geral, porque estive com ela antes dela ser levada para o isolamento e eu vi a quantidade de pessoas que chegam diariamente no hospital que precisam de uma bolsa de sangue igual minha mãe precisava”, comenta Rafaela. “Todo o sangue é bem-vindo, porque não é só ela, é um monte de gente que precisa e ainda vai precisar”.

  Para ajudar nessa “corrente do bem”, basta dirigir-se ao Colsan (Avenida Comendador Pereira Inácio, 564) de segunda a sábado, das 7h30 às 12h30. Pessoas que apresentaram sintomas de Covid ou gripe nos últimos 30 dias, que pesem menos de 50 kg e tenha feito tatuagem ou colocado piercing nos últimos 12 meses não podem doar. Mais informações sobre quem pode ou não doar no site colsan.org.br ou pelo telefone (15) 3224-2930.