Governo de São Paulo envia remédios próximos do vencimento para a cidade

Medicamentos como dipirona e paracetamol são “desovados” no município, alertaram vereadores durante sessão.

O início da sessão desta segunda-feira (23) foi marcado por uma discussão sobre descarte de remédios enviados pelo Governo do Estado ao município prestes ao vencimento. O tema acabou virando motivo de discurso de alguns edis. Em nota, a administração municipal também explicou situação.

Vereador de oposição, Reginaldo Carlota (PTB) disse que flagrou mais de 400 quilos de remédios como Dipirona e Paracetamol vencidos sendo encaminhados para a incineração. “Todos remédios vencidos no mês passado”, disse o edil. Outros vereadores explicaram não haver nada de irregular.

“O Governo do Estado, quando os remédios vão vencer, manda para as cidades, e manda desordenadamente. Eles desovam e a Prefeitura não vai jogar fora antes de vencer. Agora, quando vence tem que dar um fim. E para dar fim a um remédio, tem todo um procedimento”, disse o vereador Givanildo Soares (PROS). “Infelizmente vem acima da quantidade necessária para a cidade de Itu. É ruim? Claro, mas é melhor sobrar do que não ter. Jogaram porque sobrou, mas a culpa é do Estado”, prosseguiu.

Mané da Saúde (PRB), ex-secretário da pasta, também falou sobre o assunto. “Esses remédios são da FURP, que é a Fundação do Remédio Popular, do Estado. Eles compram muito e, quando vai vencer, eles desovam para o município. Aí vai para as unidades e o que for usado tudo bem, e o que não for usado volta. E existe um processo para você poder incinerar o medicamente, não é simplesmente pegar e tacar fogo”, relatou.

 

Prefeitura responde

A reportagem do “Periscópio” entrou em contato com a Prefeitura. Em nota, a administração informou que os medicamentos “são recebidos pelo município de maneira espontânea e gratuita pela FURP – Fundação do Remédio Popular, laboratório farmacêutico oficial do Estado de São Paulo responsável pelo Programa Dose Certa”.

“Ambos os medicamentos apontados (dipirona e paracetamol) não possuem custo para o município que, muitas vezes, já os recebe próximo da data de validade. Inexiste, portanto, prejuízo ao munícipe e tampouco aos cofres do município. Para evitar o descarte há troca de medicamentos entre municípios, porém, dipirona e paracetamol encontram-se com estoque alto em todas as cidades da região por não serem essenciais e de baixo custo. Não há falta de nenhum tipo de medicamento na rede municipal”, finaliza a nota oficial.