Grupo promove ações no Fevereiro Laranja

Alguns dos 80 voluntários do grupo criado no ano de 2016 (Foto: Divulgação)

O segundo mês do ano é dedicado à campanha Fevereiro Laranja, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea. Atualmente, essa doença ocupa a nona posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (InCA) para cada ano do triênio 2020-2022, serão diagnosticados, no Brasil, mais de 10 mil casos novos de leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres.

O transplante de medula óssea é indicado em casos de alto risco. O primeiro passo é a investigação dos familiares de primeiro grau do paciente em busca de compatibilidade. Caso isso não ocorra, é registrada a necessidade em um banco de medula.

Os doadores voluntários são examinados e os resultados também vão para esse banco. No momento em que surge a compatibilidade entre o doador e o paciente, é feito o procedimento de coleta do material. A doação é importante, pois a chance de encontrar doadores compatíveis é relativamente baixa.

Para ser doador, basta ter entre 18 e 55 anos, apresentar boas condições de saúde, não ter apresentado ou estar em tratamento de câncer, doenças no sangue, no sistema imunológico ou ainda doenças infecciosas e se cadastrar em um hemocentro.

Ao fazer o cadastro, o doador faz a coleta de 10 ml de sangue para testes de compatibilidade e o resultado fica arquivado no cadastro de medula óssea. Caso o doador seja compatível com algum paciente da lista de espera, ele será convidado a fazer a doação.

“A doação de medula é geralmente bem mais simples do que as pessoas imaginam! O cadastro para ser doador é apenas com a coleta de um exame de sangue “normal”, onde serão feitos os exames que classificam compatibilidade, e os dados ficam guardados em um banco de dados, do programa chamado REDOME (Registro nacional de Doadores de Medula)’, explica a médica hematologista das Unimed Salto/Itu Dra. Bruna Adolfo Mestieri.

“O procedimento de coleta da medula pode ser feito de duas maneiras: a mais comumente feita hoje é chamada de aférese: parece uma máquina de hemodiálise, onde o sangue do doador é tirado de uma veia, filtrado em uma máquina para tirar as células “que interessam” (células tronco), e aí devolvido por outra veia. O outro procedimento, hoje menos realizado, é através da coleta desse sangue de dentro da medula óssea (“tutano”), do osso do quadril, sob raquianestesia”, acrescenta a médica.

Ação em Itu

Em Itu, existe um grupo chamado “Doe vida, doe medula óssea”, que desde 2016 realiza campanhas de conscientização, ajudando a recrutar novos doadores. Atualmente, o grupo coordenador por Lucimara Paregini Bossolan, conta com 80 voluntários, tendo realizado aproximadamente 9 mil cadastros de pessoas dispostas à doação de medula.

“A compatibilidade é de 1 a cada 100 mil [chances de se encontraram alguém compatível para doação], por isso realizamos as conscientizações, palestras. A doação não compromete a vida do doador, não oferece risco, em contrapartida para quem recebe, muitas vezes é a única oportunidade de uma vida”, explica Luciana. “Recentemente, o Ministério da Saúde alterou a idade: a pessoa poderia se cadastrar até os 55 anos, mas agora foi reduzido para 35 anos, tornando até mais dificultoso em nossas campanhas a gente conseguir um número grande de cadastros”, desabafa.

A coordenadora aproveita para reforçar, baseada em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a importância de se doar. “A cada 3 minutos, em todo o mundo, uma pessoa é diagnosticada com doenças no sangue, onde a cura é o transplante de medula e cerca de 70% daqueles que precisam de um transplante não encontra doadores na família e a única forma de buscar a cura é esperar a solidariedade das pessoas”.

Interessados em integrar o grupo como voluntários ou até mesmo efetuar o cadastro para doação podem entrar em contato com por meio da página “Doe vida, doe medula – Itu” (Facebook).