Halloween

 

Por André Roedel

Em comemoração aos 40 anos do lançamento do longa-metragem original, chegou aos cinemas na semana passada Halloween (2018, terror). E o filme está muito bom. Fazendo uma verdadeira homenagem à produção setentista, a nova versão usa e abusa de elementos já usados na série e consegue apresentar o icônico Michael Myers – personagem criado por John Carpenter – para uma nova geração de espectadores.

Halloween se passa exatamente 40 anos após o primeiro filme, mostrando Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) já na terceira idade, mas acumulando anos de experiência em escapar do sádico assassino de Haddonfield. O novo longa é ao mesmo tempo uma continuação que ignora todos os filmes vindos após o original e uma espécie de remake, já que conta praticamente a mesma história.

Temos todos os elementos novamente apresentados aqui: Michael Myers (interpretado por James Jude Courtney e Nick Castle) escapando do hospital psiquiátrico onde está internado, uma jovem em perigo – dessa vez a neta de Laurie, Allyson (Andi Matichak) – e a noite do Dia das Bruxas como cenário de mais uma caçada do “mal em estado puro”.

Dirigido com muita competência por David Gordon Green (que tem mais trabalhos como produtor do que como diretor), Halloween repete o estilo do primeiro filme também. A trilha sonora (incluindo o conhecido tema) é praticamente a mesma, assim como os planos longos mostrando os assassinatos cometidos por Michael e tantas outras referências – incluindo personagens e situações.

No fim, toda essa homenagem acaba tendo um fator complicador: a falta de inventividade. Se nas sequências anteriores veio muita porcaria, também houve espaço para muita novidade interessante e expansão da franquia. No Halloween de 2018, a impressão que fica é que os produtores focaram muito em reverenciar o primeiro filme e não quiseram arriscar em incluir novos elementos que pudessem desagradar os fãs.

Porém, apesar de não aprofundar muito, o filme apresenta algumas novas camadas interessantes, como a discussão sobre como um assassino pode influenciar a sua vítima – no caso de Laurie, ela criou uma obsessão a Michael Myers a ponto de perder a guarda de sua filha, Karen (Judy Greer), e o contato com toda a sua família.

Grande referência dos filmes slashers (subgênero de terror quase sempre envolvendo assassinos psicopatas que matam aleatoriamente), Halloween prova em seu 11º que ainda pode, assim como Michael Myers, sobreviver e retornar para novas noites de sangue… Se você curte o gênero, vale o ingresso.

 

Nota:

 

 

.