Herculano diz que vazamento de conversas da Lava Jato é armação política

Ministro Sérgio Moro durante a audiência na Câmara dos Deputados / Foto – Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado federal Herculano Passos (MDB-SP) participou da audiência do ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro na Câmara Federal. Nas mídias sociais, o parlamentar ituano disse que o ex-juiz “deveria ser condecorado e não estar sendo vítima de acusações baseadas em informações não comprovadas e manipuladas”.

A audiência foi realizada na terça-feira (02) e abordou o vazamento de mensagens que Moro teria trocado com procuradores da Operação Lava Jato, divulgadas pelo site The Intercept Brasil desde o mês passado. Herculano ainda colocou em xeque a idoneidade do fundador do site, o jornalista americano Glenn Greenwald.

“Qual é a imparcialidade desse site, uma vez que, todos sabem, o jornalista Glenn é um ativista político? E isso aí me parece que é uma armação política”, disse o deputado. Herculano ainda enalteceu o trabalho de Moro quando foi juiz da Lava Jato. “Graças ao nobre juiz Sérgio Moro foi possível avançar nessas investigações e condenar muita gente que foi envolvida em corrupção e lavagem de dinheiro”, afirmou o parlamentar, lembrando que algumas pessoas foram inocentadas – o que provaria a imparcialidade de Moro nos julgamentos.

Herculano ainda lembrou que Moro recebeu no final de junho, do governador João Doria (PSDB), a Grão-Cruz da Ordem do Ipiranga, a mais elevada honraria do Estado de São Paulo. “Eu entendo que todos os estados deveria fazer uma homenagem, até porque, pelo trabalho prestado, e no mundo todo é reconhecido. O senhor merece todo o nosso respeito”, prosseguiu o deputado.

Ainda segundo o deputado, Moro se saiu muito bem na audiência porque estava “falando a verdade”. Ao fim, Herculano questionou o ministro se já existem pistas “dos bandidos que hackearam a Lava Jato” e, se sim, quando serão presos. Moro agradeceu as “gentis” palavras do parlamentar e disse que respeita o devido processo, não defendendo o “enfrentamento à corrupção a todo custo”.

“Ninguém advogou por soluções autoritárias”, afirmou o ministro. A respeito das perguntas feitas por Herculano, Moro disse que não acompanha “par e passo” as investigações, que o papel dele é fornecer estrutura para a Polícia Federal. “Espero, até porque fui uma das vítimas, houve tentativa de hackamento do meu celular, que os fatos sejam esclarecidos o mais rápido possível. Até que eles sejam esclarecidos, todas as possibilidade se encontram à disposição”.