Homem é espancado até a morte em clínica de reabilitação na zona rural de Itu

Este é o segundo caso de maus-tratos relatado na clínica (REPRODUÇÃO/TV TEM)

Na manhã da última terça-feira (17), Márcio Ferreira dos Santos, de 44 anos, foi encontrado morto no interior de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos, no bairro Apotribu, zona rural de Itu. De acordo com informações registradas em boletim de ocorrência, o corpo do homem, que havia dado entrada no local naquele mesmo dia, vindo da cidade de São Bernardo do Campo/SP, possuía sinais de agressões.

A clínica em que o caso ocorreu já havia sido notícia na edição do “Periscópio” de 25 de novembro do ano passado devido a interdição do local, após uma denúncia do Ministério Público a respeito de maus-tratos contra os internos três dias antes.

Na época, de acordo com a fiscalização, o local não possuía alvará para prestação de serviço, sendo localizados 58 pacientes (41 adultos e 17 menores de idade), tendo todos confirmado as agressões por parte de funcionários da clínica.

Em janeiro deste ano, de acordo com a Prefeitura de Itu, a Vigilância Sanitária fechou a clínica, porém a mesma continuou a funcionar de maneira clandestina, sendo descoberta a atividade no último dia 17 de abril, data da morte de Marcos. O local sofreu interdição total por parte da Vigilância Sanitária.

Os pacientes que ali estavam foram acolhidos pela Secretaria Municipal de Promoção e Desenvolvimento Social e encaminhados para suas famílias – com exceção de um deles, cujos familiares residem em outro Estado, sendo então assistido por uma entidade parceira da Prefeitura.

 

O caso

Segundo testemunhas que se encontravam na clínica, as agressões contra Marcos teriam tido início já no automóvel em que ele chegou. Durante o trajeto até o local, o homem, que se encontrava na companhia do casal proprietário do instituto, teria passado a mão nas pernas da dona do espaço, uma jovem de 23 anos, além de ter dito palavras ofensivas.

Nisso, o casal passou a agredir a vítima. As agressões se intensificaram ao chegar na clínica, por volta das 1h30, onde foram utilizados pedaços de madeira. Na sequência, as agressões foram prorrogadas, dessa vez por parte de um interno, um rapaz de 27 anos, que também era monitor do espaço.

Ainda de acordo com apuração das polícias Militar e Civil, Márcio foi novamente agredido por volta das 7h pelo monitor, com pedaços de madeira, porém duas horas depois, quando um dos internos foi ao seu quarto levar o café da manhã do homem, este foi encontrado morto, sendo então acionadas as autoridades.

Após a apuração dos fatos, o monitor foi preso, enquanto que o casal proprietário da clínica segue foragido. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Márcio teve politraumatismo craniano e hemorragia interna, além de ter sofrido pancadas no tórax.

O caso está sob investigação do 4º Distrito Policial, situado no bairro Cidade Nova, região do Pirapitingui, por parte do delegado José Moreira Barbosa Netto.