Itu e cidades da região sofrem com as queimadas neste período de estiagem

Fogo atingiu diversas regiões de Itu, como no Pedregulho. Corpo de Bombeiros e Defesa Civil atuaram no controle dos focos (Foto: Divulgação)

Não bastasse a forte estiagem vivida em 2021 – a maior em 91 anos no Estado de São Paulo – e a baixa umidade, a população vem sofrendo também com as queimadas. No último final de semana, diversas cidades sofreram com focos de incêndio. Na manhã do último domingo (22), um incêndio de grandes proporções atingiu o Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo.

O incêndio gerou uma “chuva de fuligem” em diversos bairros de São Paulo, com diversos moradores relatando o problema. Somente na região metropolitana de São Paulo, os bombeiros registraram 28 chamados para incêndio em área de mata na segunda-feira (23). Anteriormente a estes casos, na sexta-feira (20), um incêndio devastou uma grande área na Serra do Japi, com o fogo se espalhando em áreas de Cabreúva, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar.

De acordo com a Defesa Civil, mais de 2 milhões de metros quadrados fora destruídos pelo fogo. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil seguem atuando nesta ocorrência. No final de semana, a cidade de Indaiatuba também registrou focos de incêndio, assim como os municípios de Mairinque e São Roque. Com a cidade de Itu também não foi diferente. Nas redes sociais, ituanos fizeram diversos relatos de que o município “parecia estar no meio de uma névoa”.

E também não poderia ser diferente. No último final de semana, Itu contou com focos de incêndio nos bairros Vila Progresso, Parque América, Itu Novo Centro, Pedregulho, Rodovia Dom Gabriel Bueno Paulino Couto (SP-300) e Rodovia Deputado Archimdes Lammoglia (SP-75). A reportagem do Periscópio esteve em contato com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil para saber a respeito da situação das queimadas na cidade e o motivo do aumento de casos de tal natureza.

De acordo com informações do 2º Sub Grupamento de Bombeiros do 15º GB, no período entre junho e 24 de agosto foram registradas 1.907 ocorrências atendidas na região sendo 225 no mês de junho, 808 no mês de julho e 874 até o momento no mês de agosto, nos municípios de Itu, Salto, São Roque, Mairinque, Araçariguama, Alumínio, Ibiúna e Porto Feliz, que compreendem a área do 2º Sub Grupamento de Bombeiros sediado em Itu.

Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, “as principais causas dos incêndios são o aumento da temperatura, a diminuição da umidade relativa do ar, além das causas humanas como limpeza, acidentais e até mesmo ações criminosas”. As autoridades destacam que a população pode contribuir com o Corpo de Bombeiros principalmente na prevenção dos incêndios pois após o seu início as condições climáticas são favoráveis para o alastramento.

As ações efetivas são: nunca jogar pontas de cigarro em locais inapropriados, principalmente nas rodovias próximas a vegetação; evitar fazer fogueiras, pois as fagulhas podem ser levadas pelo vento e espalhar as chamas; não soltar fogos de artifício próximo a áreas florestais; nunca queimar seu próprio lixo, pois qualquer descuido pode acarretar em grandes incêndios; em áreas rurais, manter o terreno limpo, capinar a cercas e divisas e criar barreiras (aceiros) que evitam a propagação do fogo caso este ocorra.

O JP também esteve em contato com a Defesa Civil de Itu, que informa que “devido ao período crítico de estiagem e ar seco, as chances de pequenos focos de fogo evoluírem para incêndio são grandes, principalmente nas áreas rurais e terrenos baldios – estes últimos, quando não são devidamente cuidados pelos respectivos proprietários”.

“A recomendação é que a população tenha consciência e não ateie fogo em mato, em especial com o intuito de limpar o terreno e que, caso note um princípio de fogo, avise imediatamente a Defesa Civil ou o Corpo de Bombeiros, respectivamente pelos números 199 e 193. Quanto mais rápido o foco de incêndio começar a ser combatido, maior é a chance de êxito”, acrescenta.

A Defesa Civil destaca que “um trabalho realizado pela Defesa Civil em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, notifica e aplica multa a proprietários de terrenos em que é detectada a ação de atear fogo”.

Ainda à reportagem, a Defesa Civil recomenda que a população se conscientize diante de tal situação, “uma vez que o ar seco já ocasiona problemas respiratórios, o que é intensificado quando ocorrem queimadas. Vale lembrar que, diante da pandemia, pacientes pós-Covid que permanecem com sequelas respiratórias sofrem ainda mais com os efeitos das queimadas”, conclui.