Megatubarão

Por André Roedel

Hollywood vem se voltando à China. O país asiático tem sido um grade mercado e “salva” bombas cinematográficas quando o assunto é bilheteria. Também pudera, já que estamos falando de uma nação com 1,379 bilhão de habitantes. Com capital e elenco chinês, Megatubarão (The Meg, 2018, Warner Bros.) aproveita desse embalo para duas coisas: faturar alguns milhões e entregar uma obra totalmente despretensiosa.

O filme é uma grande bobagem permeada por ação, ficção científica e um punhado de suspense, mas que tem momentos divertidos quando se propõe a ser mais uma galhofa – ou seja, quando não se leva a sério demais. O resultado final é “o melhor filme ruim do ano” até o momento.

Megatubarão mostra o impacto do homem no ecossistema marinho, quando um grupo de pesquisadores bancado por um excêntrico bilionário (Rainn Wilson) encontra uma camada profunda do oceano em que habitam seres nunca antes vistos – ou que se imaginavam extintos, como o megalodonte.

O tubarão pré-histórico então ataca um submarino com três integrantes da equipe de pesquisa, que fica preso no fundo do mar. É aí que o destemido Jonas Taylor (interpretado pelo careca bom de ação Jason Statham) é convocado para ajudar a resgatá-los. A partir disso o filme inicia seus altos e baixos. Nos momentos que quer mimetizar o clássico Tubarão, dirigido pela lenda Steven Spielberg, escorrega. Na hora que abraça o nonsense, se torna uma obra divertida.

Statham é o centro do filme, assim como Dwayne “The Rock” Johnson é em Arranha-Céu: Coragem Sem Limite – filme que ocupou esse espaço há algumas semanas. O astro dos filmes de ação manda bem quando tem que mandar e não compromete. O que compromete mesmo é o roteiro, cheio de clichês e arcos iniciados e mal completados ou sequer apresentados corretamente.

A direção de Jon Turteltaub (de Jamaica Abaixo de Zero e A Lenda do Tesouro Perdido) é apenas ok, mas não havia muito o que fazer. O filme sofre mesmo com um problema de conceito. Seus produtores e investidores não deram um foco definido. Há momentos que Megatubarão quer ser uma boa ficção científica: não consegue. Em outros, um suspense legal: falha miseravelmente.

O negócio só engrena quando todo esse “querer ser mais do que pode” é jogado para cima e o filme se mostra uma grande e divertida bobagem para arrecadar dinheiro. Se você for para o cinema com isso em mente, é bem provável que se divirta. Caso contrário, Megatubarão definitivamente não é para você.

 

Nota:

 

 

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