Meus 15 Anos

Por André Roedel

Escrever sobre Meus 15 Anos, o lançamento da semana, é uma tarefa um tanto difícil para mim. Isso porque o filme baseado no livro homônimo escrito por Luiza Trigo simplesmente não “conversa” comigo. Ele foi feito para dialogar com meninas na faixa de 15 anos – óbvio – com senso crítico mínimo, pois é uma perda de tempo de 1h43 de duração (o que é até demais para o meu gosto).

Dirigido pela novata Caroline Fioratti, o longa-metragem traz no papel principal a estrela infanto-juvenil do momento: Larissa Manoela, a Maria Joaquina de Carrossel. Como o título sugere, a trama mostra a atriz na pele de Bia, uma garota com poucos amigos que está prestes a completar 15 anos. E, para sua surpresa, ela ganha uma grande festa de debutante que acaba trazendo alguns dilemas para sua “atribulada” vida de estudante.

É aquele típico draminha de adolescente que não tem grandes (e reais) problemas na vida. White people problems, diria. Além disso, o filme é carregado de estereótipos típicos de longas-metragens que se passam no ambiente escolar: o garoto e a garota popular, o melhor amigo nerd, a amiga falsa, os bullies… Enfim, uma série de clichês (venho utilizando muito essa palavra por aqui. E não é falta de vocabulário; é falta de criatividade nos filmes mesmo).

Além da história bobinha, Meus 15 Anos conta com atuações fraquinhas e forçadas. Larissa Manoela até se esforça e mostra certo potencial, mas o roteiro não ajuda. Rafael Infante, que faz o pai da protagonista, está muito inverossímil (principalmente por conta da idade) e parece fazer o mesmo personagem de sempre do Porta dos Fundos. Daniel Botelho, no papel de Bruno, o grande amigo de Bia, é o que se sai melhor entre os coadjuvantes.

Mas o filme é divertido. Tem algumas tiradas interessantes e sabe dialogar bem com seu público – e tão somente. Polly Marinho e Victor Meyniel dão um belo show de humor durante suas rápidas participações, mostrando uma ótima sincronia. Já a cantora Anitta, que tem uma ponta na produção, mostra que sua vocação é mesmo cantar e rebolar. Há também um bom uso das músicas e dos balões de mensagens que aparecem na tela enquanto os personagens batem papo pelo celular – nada de revolucionário, porém bem executado.

No geral, Meus 15 Anos é um produto de entretenimento mediano feito para meninas adolescentes sem muita coisa na cabeça. Está longe de ter algum valor cinematográfico (a mixagem de som, por exemplo, é de doer), é claro, mas que até agrada em alguns momentos, arrancando um riso aqui e ali do espectador. De resto, tem a mesma profundidade da mentalidade de boa parte das personagens principais…

 

Nota:

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