Missão: Impossível – Efeito Fallout

Por André Roedel

Na semana passada escrevi aqui sobre o “efeito The Rock”, que nada mais é que o carisma exalado por Dwayne Johnson e que faz seus filmes serem “irresistíveis”. Esse efeito já teve outro dono no passado: Tom Cruise. O astro dos anos 1980/1990 segue na ativa – diferente de alguns contemporâneos – e ainda consegue atrair um bom público para suas produções, apesar do tom canastrão empregado nos últimos anos.

Em Missão: Impossível – Efeito Fallout, 6º (sim, SEXTO) filme da franquia iniciada no longínquo ano de 1996, Cruise faz o que sabe fazer de melhor: pular, perseguir e dar muita porrada em bandido. Sempre com a mesma cara que emoldura seu sorriso perfeito. Isso sem deixar nenhuma cicatriz ou amarrotar seu figurino, claro. Mas esse jeito dele ainda encanta e faz o espectador prender a atenção em sua pouco inspirada atuação.

Porque o que vale a pena no fim mesmo é vê-lo escalar uma corda pendurada em um helicóptero em movimento. Ou uma corrida em cima de telhados, que culmina num salto entre um prédio e outro. Enfim, uma série de peripécias que só Tom Cruise sabe fazer – e muitas vezes sem dublê. A trama, que eu certamente já vi em algum episódio de série de TV ou outro filme, é simples: bandido que se disfarça de mocinho, que tem um plano genérico para acabar com a civilização que conhecemos. Em meio a tudo isso, uma grande retrospectiva dos demais filmes aparece no caminho de Ethan Hunt (personagem de Cruise). Seria uma despedida?

Acho difícil. Porque, ao longo das quase 2h30 de duração do filme, o quase sessentão galã de Hollywood mostra que pode ainda saltar de veículos em movimento com a mesma desenvoltura de quando tinha seus 20 e poucos anos. E Missão: Impossível ainda consegue render mais alguns filmes, principalmente por contar com um bom elenco de apoio.

Destaque fica, obviamente, para o sempre competente Simon Pegg – não tão afetado quanto em outras produções. Rebecca Ferguson e a ótima Vanessa Kirby também aparecem bem. Do lado dos vilões, Sean Harris volta de forma comedida como algoz de Ethan, Solomon Lane, e Henry Cavill (o Super-Homem de Liga da Justiça) faz um antagonista meia-boca, que não tira o brilho da estrela principal.

Porque, no fim de tudo, a franquia é um grande parque de diversões para Cruise fazer suas estripulias. E, enquanto ele fizer isso de forma minimamente aceitável, seus filmes seguirão interessantes. Se você ainda gosta de vê-lo se aventurando na telona, vale o ingresso.

 

Nota:

 

 

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