A Noite do Jogo

Por André Roedel

Um dos gêneros mais subestimados do cinema é a comédia. Muitos não dão valor aos filmes que nos fazem rir – ou pelo menos tentam. Porque provocar riso nas pessoas é uma coisa tão complicada como fazer o espectador chorar. Não existe fórmula pronta, apesar de muitas produções apostarem em roteiros simplistas e piadas besteirol. Coisa que não acontece no ótimo A Noite do Jogo.

Dirigido por Jonathan Goldstein e John Francis Daley, o filme de comédia adulta causa riso por algumas situações absurdas e piadas infames, mas com um charme especial e o mais importante: sem tratar quem assiste como um idiota. Existem partes mais “bobas”, por assim dizer, mas o longa-metragem entrega uma trama interessante, com bons personagens.

Em A Noite do Jogo, somos apresentados ao competitivo casal Max e Annie, interpretados pelos talentosos Jason Bateman e Rachel McAdams. O timing humorístico deles é incrível e fica cada dia mais apurado. No filme, eles vivem dois apaixonados por jogos diversos. Então, o irmão de Max, o exibido Brooks (Kyle Chandler), ressurge depois de um tempo afastado.

Ele então propõe uma noite de jogo de assassinato e mistério e acaba sequestrado de verdade, levando todos a acreditarem que o sumiço faz parte da brincadeira. Max, Annie e seus também competitivos amigos precisam então resolver o caso para vencer o jogo, cujo rumo vai se tornando cada vez mais inesperado ao longo da 1h40 de exibição.

As situações cômicas bem escritas, as atuações divertidas e o bom desenvolvimento dos personagens secundários – principalmente o interpretado por Jesse Plemons (da série Black Mirror) – fazem de A Noite do Jogo uma inesperada surpresa entre os lançamentos recentes, mas que por ser uma comédia acaba não recebendo os devidos elogios.

Algumas saídas encontradas pelo roteirista Mark Perez talvez não tenham sido as melhores e, em certos momentos, o filme demanda algumas linhas de diálogo melhores escritas. Por isso não dá pra se dizer que A Noite do Jogo seja a melhor comédia do ano, mesmo tendo potencial para isso.

Bebendo da fonte de grandes sucessos de comédia adulta recentes, como a franquia Se Beber, Não Case, a produção é um ótimo programa para um fim de noite descompromissado e causa boas gargalhadas, além de contar em sua trilha sonora com clássicos do Queen. Vale o ingresso!

 

Nota:

 

 

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