Os cuidados com as gestantes devem ter em meio à pandemia do novo coronavírus

Após receber primeira dose do imunizante, Kamyla aguarda com ansiedade a chegada do filho Marcelo (Foto: Arquivo pessoal)

Na última segunda-feira (17) teve início na cidade de Itu a vacinação contra a Covid-19 para as gestantes e puérperas com comorbidades com 18 anos ou mais, mediante agendamento, no Centro de Referência da Mulher (CRM).

As gestantes e puérperas estão sendo vacinadas com doses da CoronaVac, uma vez que a anteriormente programada AstraZeneca foi vetada para utilização neste grupo. Tanto para grupo de gestantes que já está conseguindo se vacinar como o que não possui comorbidades, os cuidados são necessários para evitar o contágio da Covid-19.

Mesmo que uma gestante tenha tanta probabilidade de ser infectada quanto uma mulher não-grávida, ela acaba se encaixando em um grupo de risco caso contraía o coronavírus por causa da maior chance de sofrer complicações e precisar de cuidados mais intensos, segundo o estudo do Centro de Controle de Doenças (CDC), dos EUA

A pesquisa norte-americana constatou que, em casos de Covid-19 em gestantes, há maior chance de morte ou de ser necessário a ventilação mecânica. A amostra do estudo foi feita em 400 mil mulheres sintomáticas com o vírus, sendo 23,4 mil delas grávidas. “Elas precisam se conscientizar de que são um grupo de risco”, alerta Clara Menéndez, diretora da Iniciativa de Saúde Materna, Infantil e Reprodutiva do centro de pesquisas ISGlobal, de Barcelona, na Espanha.

Além disso, o estudo apontou ainda que os riscos se agravam com a idade, pois as mulheres grávidas de 35 a 44 anos com Covid-19 tinham quase quatro vezes mais chances de precisar de ventilação invasiva e duas vezes mais possibilidade de morrer que as não gestantes da mesma idade. A explicação pode estar nas mudanças fisiológicas que o gênero feminino sofre durante a gravidez.

O Periscópio esteve em contato com Dr. Nelson de Camargo, ginecologista e obstetra da Unimed Salto/Itu, que comenta sobre os cuidados que devem ser tomados. “São os mesmos cuidados habituais de prevenção à Covid. Fica a critério da paciente, e se ela quer engravidar é preciso redobrar os cuidados. Não existe nada específico para quando a mulher manifesta o desejo de engravidar”.

O profissional aconselha. “Orientamos a mulher que quer engravidar a melhorar a parte física, a resistência, a fazer alguns exames antes da gravidez, e entrar com as vitaminas necessárias para a prevenção a questões como má formação do feto. São essas as medidas, não muda muito os cuidados, com Covid ou sem Covid. Só é preciso acentuar os cuidados em relação a trabalho e a exposição ao vírus”, pontua.

Cuidados redobrados

Moradora de Salto, Kamyla do Espírito Santo testou positivo para a Covid-19 e, em menos de 30 dias, descobriu a gravidez. “Uma alegria imensurável, principalmente depois de ter passado por dias tão difíceis”, comenta sobre a sensação ao descobrir que estava grávida.

“Os cuidados por aqui foram redobrados desde que descobrimos a gestação. Tenho evitado sair e quando saio procuro estar mais atenta à higiene. O desafio agora é ter que evitar o encontro com familiares e amigos num momento que adoraria tê-los mais por perto”, explica Kamyla, que está no sétimo mês de gestação do filho Marcelo.

Na segunda-feira, Kamyla recebeu a primeira dose da CoronaVac e falou ao JP a respeito. “Fiquei muito ansiosa pra receber a primeira dose e saí de lá aliviada por essa vitória. Agora, só esperar a segunda dose e não deixar de me proteger, afinal, não estamos 100% livres ainda”.

“Foi ótimo e tranquilo porque eu deixei o meu horário agendado para não ter aglomeração. Não fiquei esperando e já fui atendida de imediato. Só tive dor local mesmo e nada mais. Me sinto feliz por saber que vou pro parto vacinada. Considero um super avanço”, conclui a gestante.