Os reflexos do fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo

A notícia dando conta que a Ford fechará sua fábrica em São Bernardo do Campo/SP caiu como uma verdadeira bomba naquele município, gerando os mais diferentes protestos, desde os próprios funcionários, passando pela Prefeitura local e até o governo do Estado de São Paulo.

O governador João Doria (PSDB) disse na semana passada que irá ajudar a Ford a encontrar um comprador para sua unidade em São Bernardo. A companhia havia dito que falhou na tentativa de encontrar um comprador para a fábrica, que emprega cerca de três mil funcionários diretos.

A unidade atualmente produz o Ford Fiesta e os caminhões Cargo F-4000 e F-350. Os modelos continuarão sendo vendidos até que os estoques se esgotem. Como consequência da decisão de encerrar suas operações em São Bernardo, a montadora calcula um impacto de cerca de US$ 460 milhões em despesas não recorrentes, que incluem US$ 100 milhões em amortização e desvalorização acelerada.  O valor restante representa pagamentos a funcionários, concessionários e provedores.

Em comunicado publicado nas redes sociais, Wagner Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa os trabalhadores da Ford em São Bernardo do Campo, disse que nos últimos meses o sindicato e a montadora vinham discutido investimentos e o futuro da unidade. Por isso, não vão “aceitar passivamente esta decisão”.

A Ford tem unidades em Camaçari, na Bahia, onde são produzidos o Ka e o EcoSport; Taubaté, em São Paulo, onde são produzidos motores, e a unidade de Tatuí, também em São Paulo, onde a montadora mantém um campo de provas.