Oscar 2021: premiados, curiosidades e muito mais, por André Roedel

Por André Roedel

Chloé Zhao foi escolhida como Melhor Diretora (Foto: Chris Pizzello/Pool AP/dpa)

No ano em que poderia cair no esquecimento de vez, por conta da pandemia e mudanças realizadas, a premiação do Oscar 2021 teve sua melhor edição em anos. Gostei muito do formato mais intimista, além de termos as vitórias mais justas da história recente – tirando uma coisa ou outra, claro.

Por conta da pandemia, a 93ª cerimônia de entrega dos prêmios, realizada no último domingo (25), foi “espalhada”, por assim dizer, em diversas partes do mundo. A parte principal ocorreu na elegante Union Station, famosa estação de trem no Centro de Los Angeles.

Mesmo não vendo tantos filmes como nos últimos anos (em 2020 eu vi todos os indicados, pra se ter uma noção), meus palpites foram praticamente todos certeiros. Errei em cinco categorias das 19 que apostei. Uma eu gostei de ter errado. Chadwick Boseman está ótimo em “A Voz Suprema do Blues” e seria merecedor do Oscar póstumo até, mas Anthony Hopkins foi incrível em “Meu Pai”. Merecia demais!

>>> VENCEDORES DO OSCAR 2021:

Melhor Filme: Nomadland ☑

Melhor Atriz: Frances McDormand (Nomadland) ☑

Melhor Ator: Anthony Hopkins (Meu Pai)
> Apostei em Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues)

Melhor Direção: Chloé Zhao (Nomadland) ☑

Melhor Atriz Coadjuvante: Youn Yuh-jung (Minari: Em Busca da Felicidade) ☑

Melhor Ator Coadjuvante: Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro) ☑

Melhor Filme Internacional: Druk – Mais Uma Rodada (Dinamarca) ☑

Melhor Roteiro Adaptado: Meu Pai ☑

Melhor Roteiro Original: Bela Vingança ☑

Melhor Figurino: A Voz Suprema do Blues
> Apostei em Mank.

Melhor Trilha Sonora: Soul ☑

Melhor Animação: Soul ☑

Melhor Som (categoria que funde Edição e Mixagem): O Som do Silêncio ☑

Melhor Canção Original: “Fight for you” (Judas e o Messias Negro) ☑

Melhor Maquiagem e Cabelo: A Voz Suprema do Blues
> Apostei em Mank.

Melhores Efeitos Visuais: Tenet ☑

Melhor Fotografia: Mank
> Apostei em Nomadland.

Melhor Edição: O Som do Silêncio
> Apostei em Meu Pai.

Melhor Design de Produção: Mank ☑

14 acertos em 19 categorias apostadas. Até que fui bem!

DEMAIS CATEGORIAS (que eu não conferi o suficiente para palpitar):

Melhor Documentário: Professor Polvo

Melhor Documentário em Curta-metragem: Colette

Melhor Curta-metragem: Dois Estranhos

Melhor Curta de Animação: Se Algo Acontecer… Te Amo

CURIOSIDADES, SURPRESAS E DESTAQUES

Além do prêmio principal, “Nomadland” também levou dois outros prêmios: Direção, para Chloé Zhao, e Atriz, para Frances McDormand. Aliás, este já é o terceiro Oscar da veterana atriz, que ganhou também em 1997 com “Fargo” e em 2018 com “Três Anúncios para um Crime”.

Com a vitória, Chloé Zhao se tornou a segunda mulher a vencer na história da categoria. Antes dela, apenas Kathryn Bigelow havia ganhado, em 2010, com “Guerra ao Terror”. Kathryn é ex-mulher de James Cameron, de “Avatar” e “Titanic”. A edição 2021 foi a que mais premiou mulheres, com 17 vitórias.

Em noite dividida, seis filmes levaram duas estatuetas cada: “Meu Pai”, “Mank”, “Soul”, “Judas e o Messias Negro”, “A Voz Suprema do Blues” e “O Som do Silêncio”. Não há mais unanimidade no Oscar.

Anthony Hopkins superou o favoritismo de Chadwick Boseman (8º a ser indicado postumamente em 93 anos) e venceu como Melhor Ator por “Meu Pai”. Hopkins não apareceu na cerimônia, o que foi frustrante.

Steven Soderbergh, diretor de “Contágio” e vencedor do Oscar de melhor direção por “Traffic: Ninguém Sai Limpo” (2000), foi o produtor da cerimônia. Ele foi acompanhado no planejamento da cerimônia pelo ex-produtor do Grammy Jesse Collins e a produtora Stacey Sher, de “Django Livre” (2012).

“Mank”, com dois prêmios, passou “Cidadão Kane”, com apenas um (melhor roteiro original). O filme da Netflix conta a história do roteirista do clássico filme de 1941, Herman J. Mankiewicz.

Surpreendentes as vitórias de “Mank” na categoria Fotografia. Acreditava que daria “Nomadland”. “O Som do Silêncio” em edição também não era a principal aposta da maioria, mas não chega a surpreender.

Um dos mais emocionantes da noite foi do diretor Thomas Vinterberg, que levou o prêmio de Melhor Filme Internacional por “Druk – Mais uma rodada”. O dinamarquês se emocionou ao homenagear a filha, que morreu logo antes das filmagens em um acidente de carro.

Ann Roth, de 89 anos, figurinista de “A Voz Suprema do Blues”, se tornou a mulher mais velha a vencer o Oscar. Mia Neal, Sergio Lopez-Rivera e Jamika Wilson foram os primeiros vencedores negros na categoria de Maquiagem e Cabelo.