Paixão musical: ituano exibe coleção de quase dois mil discos de vinil

Além dos LPs, Sérgio Mazurchi também coleciona CDs e fitas cassetes de diferentes gerações

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Ana Luísa Tomba

Sérgio Roberto Mazurchi é um verdadeiro apaixonado – apaixonado por música e futebol. Com cerca de 1.800 discos de vinil e 500 CDs, sua coleção tem mais de cinquenta anos e muita história para contar.

Dispostos um ao lado do outro, os compactos, sejam simples ou duplos, e os Long Plays (famosos LP) disputam espaço nas várias prateleiras do quarto do aposentado de 64 anos. São três móveis só para comportar tantos vinis, somados, também, às pilhas de CDs. “Compacto simples era um disquinho com duas músicas, uma de cada lado. Compacto duplo eram duas músicas de cada lado. E o Long Play pode variar com seis ou sete músicas de cada lado”, explica.

Sérgio mostra o carinho grande que tem pela discoteca. “Eu não vou vender. O dia em que eu for embora da Terra, a pessoa que ficar com a coleção pode fazer o que quiser. Mas, agora, não vendo por nada. Também não vou comprar mais discos; estou satisfeito com o que eu tenho aqui”, conta.

O início
A música está presente na vida do aposentado desde muito cedo. Com 10 anos, ouvia constantemente um programa na Rádio Bandeirantes, chamado “Sucessos de Revista”. Eram tocados os vinte e cinco compactos simples mais ouvidos durante a semana, e Sérgio anotava o título de todos. Um dia, aos quatorze anos, foi até a loja “Casa da Música”, em Itu, onde conseguiu comprar seu primeiro compacto.

Logo depois, comprou um Long Play e, por mais algumas décadas, foi adquirindo os 1.800 discos, até o ano 1996, quando passou a dividir sua paixão por vinil com o CD e com a fita. O seu primeiro disco é “Trem das Onze”, da banda Demônios da Garoa, e seu primeiro CD é do artista Frank Sinatra.

Tipos de paixão
Quanto ao estilo musical de seus discos, Sérgio não é criterioso. “Eu gosto de música boa, de música romântica. (…) Adoro Ray Conniff, Burt Bacharach, Roberto Carlos, Beatles, as músicas italianas e francesas dos anos 60”, diz o aposentado, que também tem uma afinidade, no mínimo, surpreendente. “Gosto de pagode também: Raça Negra e Só pra contrariar”.

Quando questionado sobre a possibilidade dessa paixão musical virar uma carreira profissional, Sérgio brinca. “Vou falar uma coisa para você: eu não sei dançar, não toco nenhum instrumento, não canto. Só amo ouvir música. Eu nunca pensei em ser músico”, assegura.

Apesar de confessar que nunca ouviu todos os discos e CDs que possui, Sérgio gosta de deixá-los guardados, afinal, quando que quiser ouvi-los, já sabe onde procurá-los. Entre os destaques estão a coleção completa do Roberto Carlos, do Ray Conniff – seu preferido – e dos Beatles.

Por acreditar e defender a qualidade dos cantores das décadas de 1960 a 1980, Sérgio diminuiu seus gastos musicais e, atualmente, só compra os CDs das trilhas nacionais e internacionais das novelas da Rede Globo. “Eu agradeço a Deus por ter tido a oportunidade de aproveitar essas três décadas de sucesso de música boa: 60, 70 e 80. (…) Não havia muitos cantores, e a pessoa tinha que saber cantar. Hoje, não. Tem o computador que faz tudo, até dá voz para a pessoa”, lamenta.

Para mostrar que o que realmente importa é a música, e não o meio pelo qual é reproduzida, o apaixonado declara: “A música faz parte da vida do homem. Uma vez eu escutei que, se você assistir a um filme ou a um casamento sem música, por exemplo, não tem graça. Eu acho que a música é um presente de Deus aqui na Terra. É uma coisa fantástica”, finaliza.