Palmeiras X Santos: bi ou tetra da América?

Na tarde deste sábado (30), no Maracanã, o maior templo do futebol brasileiro e Sul-Americano, Palmeiras e Santos estarão entrando em campo para decidir quem será campeão da Copa Libertadores da América. Será a 60ª decisão e a terceira disputada por dois clubes brasileiros. O Palmeiras tem um título, conquistado em 1999, e o Santos, três: 1962, 1963 e 2011.

 A partida, que não contará com a presença de público, será transmitida a partir das 17h no SBT e no Fox Sports. Além, evidentemente, de palmeirenses e santistas, a decisão mobiliza e desperta a atenção dos amantes do futebol do Brasil, América e do mundo todo. Em Itu, o Periscópio manteve contato com torcedores que falam a respeito do grande acontecimento.

Luciano Luz

 Para o artista plástico Luciano Luz, 47 anos, torcer para o Santos vem de berço, de família. “Eu trabalho na Secretaria de Cultura e sou um apaixonado pelas coisas de Itu. Pesquisei e conheci a história de Athiê Jorge Curi, que foi um dos maiores torcedores da história do Santos, e seu presidente por 26 anos. Ele foi quem descobriu Pelé e nas suas administrações o Santos viveu sua fase de ouro. Athiê Jorge Curi era ituano de nascimento. Minha relação com o Santos vem desde criança. Toda a família, a partir de pai e mãe, torce para o clube, e o interessante é que meus irmãos e irmãs casaram-se com santistas. Assim, tenho todos cunhados e cunhadas torcendo para uma mesma camisa. Minha esposa, como não poderia deixar de ser, também é santista”.

 Luz diz que “eu, minha esposa e toda a família vivemos a final de 2011 [contra o Peñarol, no Pacaembu] e foi fantástico. Sabíamos dos títulos de 1962/1963 pela história, mas viver 2011 foi muito impressionante, um absurdo, não dá para descrever”, finaliza.

David Sorrechia

 O gerente Davi Sorrechia, 28 anos, cujo pai também é torcedor do Santos, lembra bem como foi a conquista de 2011. “Foi mágico. 2011 começou com a conquista do bi paulista. Na Libertadores tínhamos um grande time, liderado pelo Neymar, uma comissão técnica com o grande Muricy Ramalho, que estava o tempo todo orientando, estudando os adversários… Até chegar a grande final contra o cascudo Peñarol. Quando a bola rolou, faltava o ar, as unhas já não existiam, mas quando o Danilo fez 2×0 eu entendi o que realmente estava acontecendo. Mesmo quando os uruguaios fizeram seu gol, eu já estava comemorando”.

 Ele se emociona: “peguei a minha moto e fui para o Centro da cidade comemorar com outros torcedores. Foi uma festa que não vou esquecer tão cedo. Os olhos se enchem de lágrimas até hoje lembrando aquele momento e agora estamos mais uma vez. Num ano tumultuado, em que ninguém acreditava no Santos. Os jogadores, porém, acreditaram e cá estamos nós. Será um sábado interminável até chegar às 17h, mas estou muito confiante”. Finalizando o gerente diz que “temos um grande adversário, mas acredito na força da camisa santista”.

Vinícius Salton ao lado do ex-goleiro Marcos

 Já pelo lado do Palmeiras, Vinícius Salton, atualmente secretário de Turismo de Itu, vive uma grande expectativa. Ele é integrante do Consulado do Palmeiras em Itu, um grupo de aproximadamente 40 palmeirenses que praticam ações sociais, caravanas para os jogos (antes da pandemia), churrascos e confraternizações no aniversário do clube, em 26 de agosto. “Nosso cônsul é o amigo palestrino Rodrigo Albanese, que nos representa junto à Sociedade Esportiva Palmeiras e aos outros consulados espalhados pelo Brasil”.

Salton acredita na vitória do Verdão, “pois conta com um elenco experiente de grandes jogadores, um técnico que mostra ter entendido a grandeza do clube e como jogar partidas tão importantes como essa”. Ele diz que o consulado irá acompanhar o jogo em pequenos grupos, para que não haja aglomerações. “Estaremos separados fisicamente, mas unidos pelo nosso amor ao palmeiras e ‘cornetando’ juntos pelo WhatsApp”. Finalizando, Salton entende que a conquista “seria um prêmio para coroar um projeto de reestruturação que se iniciou em 2015 e recolocou o clube no protagonismo do futebol nacional”.

Nicole Bernardi

Aos 20 anos, Nicole Bernardi, estudante de Administração, é mais uma apaixonada pelo Palmeiras. “Meu amor pelo clube se iniciou de maneira muito natural. Por ser metade brasileira e metade italiana, sempre tive o amor verde, branco e vermelho dentro de mim. Desde muito nova via meus familiares assistindo aos jogos, torcendo e apoiando o time de maneira muito intensa e calorosa. Assim, crescer nesse ambiente me aproximou do clube e me fez conhecer uma das maiores paixões da vida”.

Palmeiras, para ela, “sempre foi sinônimo de família”. “Quando me pego pensando no Palestra, é impossível não me lembrar das histórias que meu nono me contava sobre seu pai, irmãos e o Bar Carneiro. Pensar em Palmeiras é trazer de volta as minhas origens, é relembrar entes queridos que já nos deixaram, é reviver momentos inesquecíveis que esse time já proporcionou a mim e toda minha família. É muito mais que um esporte, é um amor inexplicável”, relata com nostalgia, mesmo sendo tão jovem.

Quanto à grande final, “a expectativa é roer muita unha, gritar até ficar rouca e chorar até desidratar. Já sobre o jogo, estou otimista. Tenho confiança no time e estou muito satisfeita com o trabalho que o Abel [Ferreira] vem fazendo. Estou contando os segundos para esse grande espetáculo. Avanti, Palestra”!

Dado ao lado de seu pai, o saudoso Duilio Santoro

Um palmeirense de quatro costados é Dado Santoro, que faz de sua ótica um verdadeiro ponto de encontro de esportistas. “Comecei a torcer para o Palmeiras por herança familiar. Meu pai começou a me levar aos jogos e acabei me tornando um torcedor fanático”. Dado esteve em grandes finais, inclusive na final da Libertadores de 1999, vendo o Verdão ser campeão e na final de 2000, quando ficou vice.

“Depois veio os anos 2000 e as coisas não foram boas. Após o novo estádio, o Palmeiras voltou a crescer e hoje vive seu auge. Mas sábado é mais um dia de ficar nervoso, mas tenho esperança. Dá-lhe, Porco!”. Na página de esportes, o Periscópio traz a visão de torcedores do Corinthians e São Paulo, que dão, em uma frase, seus palpites para o jogo.