“Parada Gay” terá novo modelo este ano e organização garante passeata em 2019

Caio Araújo e Felipe Cavalheiro em encontro com a reportagem do JP/ Foto – Gabriela Prado

Acontece amanhã (29), a partir do meio-dia, a 5ª Parada LGBT+ de Itu, com o tema “A cor da minha pele, minha sexualidade e meu gênero não interferem na sua vida. Mas o seu preconceito interfere na minha”. Com shows performáticos, DJs e barracas beneficentes, o evento deste ano também contará com falas e manifestos de grupos LGBT.

A Parada acontecerá na Praça Washington Luiz, em frente ao Estádio Novelli Júnior, sem o percurso pelas ruas da cidade. A alteração foi feita, segundo organizadores, visando melhorias na segurança e também no bem-estar dos militantes que participam.

Felipe Cavalheiro, diretor de eventos da Prefeitura de Itu, que está auxiliando Caio Araújo, organizador da 5ª Parada LGBT+ de Itu, assim como Rafael Stuchi, responsável pela assessoria de imprensa do evento, conta que a mudança foi feita porque “faltava um pouco mais de organização”.

“Esse ano decidimos fazer parada, para ano que vem pleitearmos um novo trajeto. Ano que vem vai ter trajeto, vai ter passeata”, garante Felipe, que também contou à reportagem do JP sobre um projeto para o ano que vem, a Semana da Diversidade, que terá como objetivo debater com a população sobre a diversidade sexual.

Mas a mudança no formato gerou divergências. “Foi uma decisão equivocada. Nós, da comissão, entendemos isso como um retrocesso. A parada não pode ser substituída por um ato”, conta Wellyton Ribeiro, organizador da primeira parada LGBT de Itu. “Estamos perdendo o que lutamos para conquistar”.

Felipe rebate: “As pessoas precisam ver o que já ganhamos com isso”. Ele acrescenta que a Prefeitura de Itu e todas as suas secretarias “prontamente se dispuseram a ajudar”, assim como o Governo do Estado de São Paulo.

 

Opinião de frequentadores

O JP ouviu pessoas que frequentam a Parada para saber a opinião deles. “Acredito que a parada gay tem como prioridade a questão da visibilidade. Ao eliminar um percurso, elimina-se a possibilidade de ocupação de espaço público”, expressa Vinícius Leonardo, produtor de eventos de 27 anos, sobre seu ponto de vista.

Já para a também produtora de eventos Jéssica Diana Sabiá, de 23 anos, “a ideia da parada ser realmente parada é bacana”. “Em outras paradas de Itu, a caminhada era muito longa e era cansativo por não ter estrutura de banheiro e tudo mais. E esse ano, pelo fato de ter uma coordenação nova, chamará mais a atenção das pessoas pelo fato de estarmos lá para lutar pelos nossos direitos e pelo nosso espaço”, completa.

Bianca Lima, modelo transexual de 21 anos, militante LGBT, feminista e madrinha, pelo segundo ano consecutivo da Parada LGBT+ de Itu, concorda. “Como madrinha do evento, acho que está dando esse alvoroço porque as pessoas estão perdendo o sentido real da coisa. Estão mais preocupadas com o trio elétrico e com a festa, e isso não é o mais importante. O foco é a luta contra o preconceito”, conta.

 

Expectativa

Os organizadores esperam grande público. “A nossa intenção é oferecer o melhor ao público LGBT. A expectativa é das melhores. Estou torcendo para que tenha, no mínimo, 15 mil pessoas”, finaliza Felipe, sobre suas expectativas sobre o evento. Já Caio Araújo espera público maior do que edições anteriores. “Será melhor que do ano passado. Acho que em 10 mil a gente chega esse ano”, destaca. (Gabriela Prado)