Pneumologista fala sobre os cuidados com a saúde em meio às mudanças do clima

Médico pneumologista, Dr. Alberto Silva explica sobre o funcionamento do sistema respiratório em meio às adversidades do clima/ Foto – Arquivo Pessoal

Nos últimos meses, com o período de estiagem, e nesta semana, com a mudança brusca de temperatura, muitas pessoas estão sofrendo com a saúde. O ar seco, provocado pela baixa umidade do ar, juntamente com a alteração da temperatura, contribuem para a proliferação de vírus no aparelho respiratório.

Mudanças bruscas de temperatura podem também deixar as pessoas com a imunidade baixa, aumentando o risco de doenças. De acordo com pesquisadores da Universidade de São Paulo, quem sofre de rinite alérgica tem mais chances de desenvolver sintomas respiratórios e oculares, quando expostas a alterações repentinas de temperatura.

Diante disso, o Periscópio esteve em contato nesta semana com o médico pneumologista Dr. Alberto Silva, que falou sobre os cuidados que as pessoas devem ter em tais momentos.

“Dos grandes órgãos, o pulmão é o único órgão interno, que tem contato direto com o meio externo. Há todo um mecanismo de proteção. O sistema vai limpando e purificando esse ar. Quanto maior for o número de partículas de poeira, de impurezas suspensas no ar, maior trabalho terá o sistema respiratório”, explica o pneumologista.

Tanto no período de estiagem quanto no período chuvoso e frio, é preciso tomar algumas medidas. “É importante a ingestão de bastante líquido. Quanto mais hidratada, mais úmida fica a via respiratória. O muco fica muito mais fluido e essa fluidez permite um trabalho muito mais competente, inclusive para a limpeza da via respiratória”.Além da água, o soro fisiológico também é um grande aliado. “Para o período seco, o soro é uma proteção muito grande”, aponta.

O médico explica ainda sobre o esforço do aparelho respiratório em condições adversas. “O pulmão trabalha melhor em uma umidade em torno de 60% e em uma temperatura entre 36ºC e 37ºC. Quando você tem uma temperatura muito baixa, o ar entra frio e tem que chegar lá no fundo do pulmão na temperatura citada, e isso fica mais fácil com o muco úmido, assim como no tempo seco, em que o ar entre com uma umidade em 30% e tem que chegar ao pulmão em 60%. Ou seja, o sistema respiratória tem um grande trabalho. Faz um esforço maior”.

Ainda de acordo com o pneumologista, os cuidados devem ser levados ainda mais em consideração, pelas características do município. “Se pensarmos que Itu, é uma cidade em que se chove pouco, venta bastante, estamos no inverno e ainda sofre com queimadas, a via respiratória necessita de um cuidado maior”, conclui.