Professora e coreógrafa dá dicas de como movimentar o corpo durante a quarentena

Bailarina e coreógrafa Iara Fioravanti (Foto: Arquivo Pessoal)

Exigente em seus passos precisos e movimentos com máxima flexão do corpo, os adeptos e apaixonados por ballet sabem que a prática deve ser treinada constantemente para que o corpo esteja sempre alongado e com o condicionamento correto.

Pensando nisso, a bailarina e coreógrafa Iara Fioravanti, listou um passo a passo de alongamentos, técnicas e dicas para que os bailarinos e amantes da dança possam fazer em casa e não deixar o corpo em inércia nesse período de quarentena.

Alongamento
Os alongamentos aumentam e mantêm a flexibilidade da musculatura, “aquecendo-os” e eliminando toda tensão. Além de ajudar em partes do nosso corpo que vão se atrofiando com o passar do tempo. O ideal é fazer duas vezes ao dia, ao acordar e no fim da tarde. “Um alongamento dinâmico, curto e com movimentos suaves, sendo feito diariamente, melhora o rendimento durante qualquer atividade diária por permitir uma mobilidade da articulação, ou seja, ajuda a varrer a casa, pegar as frutas em uma gaveta mais baixa ou a alcançar um local mais alto”, explica a professora.

Ganho de flexibilidade
 A flexibilidade é umas das principais características de um bailarino, pois ela ajuda em movimentos clássicos como, por exemplo, o “grand battemen”, que consiste em chutar a perna controladamente elevando-a o mais alto possível e mantendo o resto do corpo alinhado. “Vale lembrar que existem milhares de técnicas de alongamento, porém essa é uma das que mais utilizo com meus alunos e que acredito gerar mais resultado de flexibilidade”, declara a coreógrafa.

Fortalecimento de pés e tornozelo
 Não precisamos ser um “expert” na modalidade para saber que a base de todo bailarino são os pés, por isso o cuidado com essa parte do corpo é de extrema importância. “Alguns estudantes de ballet tem técnica e dançam muito bem, no entanto sofrem com pés fracos, algo que é um verdadeiro problema, uma vez que bailarinos devem ter pés fortes, um bom equilíbrio e bom trabalho de pontas para evitar acidentes”, acrescenta a bailarina.

Aprimorar o “en dehors”
“En dehors”, do francês, significa “para fora”. É uma rotação externa do fêmur que resulta em joelhos e pés “virados” para fora. “O grau de rotação é determinado não apenas pela estrutura óssea de cada indivíduo, mas pelos ligamentos articulares, logo, podemos trabalhar e aprimorar articulação e musculatura para que eles trabalhem a favor do bailarino”, explica a coreógrafa, que ainda ressalta a importância do encaixe do quadril para a realização dessa técnica.
A especialista explica que a prática do en dehors é uma dos fundamentos básicos sobre o qual se construiu a técnica do ballet, por isso, nem todo mundo terá facilidade em manter e realizar a técnica, é preciso bastante dedicação e treino.

Ganhar tônus muscular
Entre tantos outros benefícios, o ballet traz definição do corpo e da musculatura, haja vista o surgimento de uma nova modalidade de ballet muito utilizada em academias para se ganhar musculatura sem a perda da delicadeza, o chamado: ballet fitness.
Fato é que muitos bailarinos que buscam se profissionalizar no ballet clássico, buscam também exercícios de preparos físicos como abdominais, flexões e agachamentos para manter o corpo em dia. Por isso, aproveitar a quarentena para fazer diariamente exercícios de preparo físico é fundamental.
Para a tonificação muscular, Iara indica vídeos tutoriais na internet que mostram passo a passo. “Eu gosto e indico aos meus alunos três baterias de abdominais diferenciados para ir ao logo da semana, geralmente escolho os que são ritmados”, finaliza.