Requerimento sobre legalização de jogos de azar é rejeitado

De autoria de Matheus Costa, solicitação se baseava em declaração dada pelo deputado federal Herculano Passos ao “Periscópio”

Um requerimento de autoria do vereador Matheus Costa (PHS), que solicitava a posição do presidente interino da República Michel Temer (PMDB) em relação à legalização dos jogos de azar, foi rejeitado pela Câmara na sessão de segunda-feira (6). A solicitação se baseia em matéria publicada pelo “Periscópio” no dia 21 de maio, em que o deputado federal Herculano Passos (PSD) diz que o atual chefe de estado apóia sua proposta.
O requerimento foi amplamente debatido pelos edis. Autor da propositura, Matheus iniciou sua fala agradecendo aos colegas por permitirem que o pedido fosse discutido – já que havia a possibilidade de se pedir adiamento. O vereador também reiterou sua posição quanto ao tema. “A minha posição quanto aos jogos no Brasil é muito clara e eu já deixei isso registrado aqui, dizendo que isso é um retrocesso, é um problema que vai ser gerado para a sociedade e para a família brasileira”, disse o vereador.
Matheus apontou diversos problemas que a legalização pode trazer. “Traz o uso de drogas, de álcool, a prostituição, o vício e a falência da economia familiar, podendo gerar um aumento muito grande nas despesas com a Saúde e a Segurança Pública no Brasil”, disse ele, que estava confiante que, caso o requerimento fosse aprovado, Temer responderia. “Tenho certeza que o presidente interino Michel Temer irá nos enviar as respostas, até porque ele respeita essa cidade, ele tem laços com a cidade”, prosseguiu.
Balbina de Paula Santos (PV) também concordou com as falas de Matheus, e falou que quem quer liberar os jogos de azar não tem moral para ser político. A vereadora ainda destacou um trecho do requerimento, em que aponta a possibilidade de lavagem de dinheiro caso a legalização ocorra. “Meu Deus do céu! Como é que pode alguém achar isso aí pode ajudar em alguma coisa? Isso não é possível”, comentou.

A favor de cassinos

Já Zelito do Quiosque (PDT) declarou ser favorável aos cassinos e falou que a legalização é benéfica. “É um projeto que traz tudo de bom pro Brasil, principalmente na situação que o país anda. Se fosse hoje essa legalização, o país não estava desse jeito”, comentou, afirmando também que “pobre não vai a cassino, quem vai é rico”. Em aparte, Josimar Ribeiro (PTN) disse que ninguém está defendendo vício, mas se posicionando contra um requerimento politiqueiro. Ele também aproveitou para fazer algumas insinuações. “Tem gente que tem alguns estabelecimentos. Por que a Prefeitura não vai lá dar uma fiscalizada, ver se tem algum joguinho lá dentro?”, questionou.

Já o vereador Hermes Jabá (PSD) falou da existência de caça-níqueis em bares da cidade. “Eu como um bom cachaceiro, um bom botequeiro, conheço muito bem os bares de Itu. Você sabe que o caça-níquel é lá. Lá é um jogo imoral”, declarou, lembrando que muitos brasileiros, até políticos, vão à Las Vegas-EUA jogar. “Eles põem o santo dentro da mala e vão pro cassino. Quando chegam aqui, eles mostram o santo na procissão”, ironizou.
Professor Feital (PDT) foi outro que se declarou contra o requerimento, principalmente em querer imputar à deputada estadual Rita Passos (PSD), pré-candidata à prefeita de Itu, a proposta de legalização dos jogos. O vereador também destacou as benesses da legalização, mas disse não ser favorável a abertura de casas de jogos em qualquer lugar. “Com a regulamentação, vai ter a questão de aonde vai poder”, disse. Feital também disse que Matheus não precisaria de um requerimento para obter essas respostas, bastaria acionar a bancada de deputados de seu partido.

Rejeitado
O requerimento acabou rejeitado por 7 a 5 – além do autor, apenas Eduardo Ortiz (PHS), Nair Langue (PRB), Givanildo Soares (PROS) e Balbina votaram a favor. Após o resultado, se deu uma sequência de justificativas de voto. “A cidade de Itu vai saber quem está à frente para legalizar os jogos de azar”, declarou a líder do prefeito, voltando a destacar os problemas do vício na jogatina.
Já Dr. Bastos (PSD) reforçou que votou contra um requerimento. “O que eu ouvi anteriormente é como se a gente tivesse votado a favor de jogo”, disse, falando também que quem votou contra a propositura é a favor da legalidade, enquanto os demais são a favor da ilegalidade. “E a favor também de que não se arrecade para o município”, emendou.
Já Giva concordou em partes com Bastos. “Estava indo muito bem, só que depois ele estragou. Ele tem razão, nós estamos votando um requerimento. Só que ao mesmo tempo está falando que quem votou a favor é a favor da ilegalidade. Eu também não sou a favor”, disse o vereador, que afirmou ser contra o requerimento, mas que votou favoravelmente em respeito a Matheus. Giva também destacou que a legalização dos jogos é uma boa proposta.
Matheus Costa então disse que, já que o requerimento foi rejeitado, aceitaria a sugestão de Feital e iria encaminhar um ofício diretamente ao presidente Temer, pois acredita que ele vá responder. “Não vou nem destinar à bancada do meu partido, vou encaminhar esse ofício direto à presidência da República”, declarou.

Jogo do bicho
Último a justificar seu voto, Zelito do Quiosque comentou que tem um amigo que faz apostas do jogo do bicho. “Um amigo meu faz jogo do bicho com maquininha, de rua em rua. Sobe em bar, desce em bar com a maquininha na mão. Isso passa na frente do GCM e ninguém sabe o que ele está fazendo”, declarou. “A gente quer regularizar essa situação”, prosseguiu