SER OU NÃO SER

Lendo um artigo da doutora em psicologia, Vera Iaconelli, pus-me a pensar em certas coisas que, ao parecerem óbvias, geralmente nos escapam.

Lembra-se ela dos tempos em que era fácil marcar as comemorações do Natal com as famílias se encontrando numa casa de um dos membros, previamente escolhida por consenso.

Agora, nestes tempos turbulentos, como se poderá resolver isto? Reuniões em família…  Complicado, pois sempre haverá o dissenso sobre opiniões políticas, o que, em geral, leva a calorosas discussões e até a certos constrangimentos.

Tentando entender esse momento tão complexo, volta-se para o interior do ser humano. E chega-se à conclusão de que temos, todos, um lado “tirano e destruidor”, como diz a psicóloga. Este componente sempre causa sofrimento para nós e para quem nos rodeia.

Essa rivalidade para com o semelhante deve ser combatida com o que chamamos de “cooperação”, a qual será um tipo de freio a essa preocupante condição humana. Ao exercermos a cooperação para com os outros, poderemos estar inevitavelmente cooperando também conosco, pois em geral aquele que se sente “compreendido” tende a também querer compreender.

Em poucas palavras, esta seria a técnica de “fazer amigos”. Neste momento, veio-me à mente um famoso livro, bem antigo, de Dale Carnegie, intitulado “Como fazer amigos e influenciar pessoas”. É um livro muito atual, pois realmente, em qualquer tempo, nunca se poderá fazer amigos sendo ranzinza, intempestivo ou mal educado.

Outro sentimento importante para a convivência é a “empatia” – a capacidade de identificação com o sofrimento do outro. “Simpática” é a pessoa que ostenta tal capacidade. “Antipática” é a pessoa que, além de não possuir tal atributo, nenhum esforço faz para adquiri-lo ou imitá-lo, pelo menos.

Uma sugestão: para que não só agora, mas já prevendo o futuro, vamos ensinar nossas crianças (filhos, netos, bisnetos ou tataranetos…) a exercitar a cooperação com os outros, a exercer a empatia e a evitar a violência em qualquer sentido. Assim serão considerados “boas pessoas”, valorizados socialmente. E sempre escutarão: “Como você é legal!”.

Maemuki, diz a sabedoria japonesa, “olhar para frente”. E tudo se resume também nesse provérbio japonês: “Amanhã é amanhã, hoje é hoje”.

Chamemos tudo isso de “pacto de cooperação” e contribuamos para a felicidade geral.

O que acham?

 

Maria Angela Pimentel Mangeon Elias

Cadeira nº 17 I Patrono Olívia Sebastiana da Silva