Sindicatos se posicionam a respeito da retomada das aulas presenciais em SP

Na edição do último sábado (29/08), o Periscópio divulgou o posicionamento de escolas particulares da cidade, bem como o decreto municipal a respeito da retoma das aulas presenciais na cidade de Itu.

Nesta semana, a reportagem esteve em contato com sindicatos da região, que também divulgaram seus respectivos posicionamentos diante da retomada. Em Itu, ainda não há previsão da volta às aulas presenciais na rede municipal, havendo previsão somente de retorno nas instituições de ensino do estado e nas particulares.

O retorno parcial na rede estadual e nas escolas particulares é previsto para terça-feira (08) e a volta oficial a partir do dia 7 de outubro. Em pesquisa recente feita pela Prefeitura de Itu com os pais dos alunos da rede municipal, 84% não querem a retomada da aula para seus filhos.

O JP questionou a APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), que por meio de nota enviada por sua diretora estadual e coordenadora da Subsede de Salto – Regional – Itu e Porto Feliz, professora Rita Diniz, informa que “a APEOESP é radicalmente contra a volta às aulas presenciais em plena pandemia e orienta professoras, alunos e famílias a fazerem o mesmo”.

  Ainda durante a nota, a professora afirma que “o governador João Doria e seu secretário da Educação, Rossieli Soares, agem de forma irresponsável, ignorando que a preocupação primordial de qualquer gestor público é cuidar da saúde e da vida da população que depende das ações de governo”.

A coordenadora prossegue. “Ao disponibilizarem, por meio das unidades escolares, formulários a professores e funcionários, no qual os mesmos assumem a responsabilidade caso haja contágio por Covid-19 no retorno às aulas presenciais, reforçam pelo menos duas denúncias graves”.

A professora reforça. “Toda autoridade pública que em qualquer medida for responsável pelo adoecimento e óbitos na categoria serão acionadas pelo sindicato na exata medida de sua responsabilidade. A APEOESP já notificou todos os dirigentes regionais de ensino, informando-lhes sobre essa decisão, e fará o mesmo, seja a autoridade pública quem for”.

 A reportagem também questionou o Sindicato dos Trabalhadores na Educação Municipal de Itu (SINTEMI), que por meio de sua presidente, professora Katia Loise, disse que o sindicato entende que “somente quando houver uma vacina é que o ambiente escolar estará apto a voltar as aulas sem haver riscos para todos, alunos, professores,demais funcionários e principalmente familiares”.

  Katia argumenta ainda que “as crianças são muito ativas, brincalhonas e livres, portanto num ambiente escolar seria muito difícil controlar toda essa vitalidade e o contato seria inevitável por sermos uma nação brasileira, com muito carinho e aproximação, mesmo seguindo todos os protocolos do plano estadual”.

  O JP também contatou o SISMI (Sindicato dos Servidores Públicos de Itu), que por meio de seu presidente, José Flamínio Leme, comenta que em sua opinião é precoce a afirmação daqueles que “defendem a volta presencial das aulas nas escolas, creches e outras instituições de ensino, pois, é sabido que a criança, o jovem e o adolescente, tem hábitos coletivos o que facilita a contaminação do novo coronavírus”.

  Leme prossegue. “Em se tratando da rede municipal de educação, onde temos mais referência, apontamos que há unidades com sobrecarga de alunos matriculados, principalmente nas creches do município, equipe de trabalho reduzida, precariedade de algumas unidades com relação às medidas sanitárias mínimas, portanto, defendo que a recomendação do distanciamento social e fique em casa sejam mantidas para este setor”.

A reportagem também esteve em contato com o SIEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), que por meio de seu presidente, Benjamin Ribeiro da Silva, informa ser favorável a volta das aulas, “com redução de alunos e podermos atender os que mais precisam, e os que as famílias concordarem”.

Nesta semana, a Federação dos Professores do Estado de São Paulo (FEPESP), o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) e o Centro do Professorado Paulista (CPP), moveram uma ação civil pública para impedir o retorno das aulas presenciais no estado. No início de agosto, as entidades tinham acionado o Ministério Público com a mesma solicitação.

  A respeito da matéria do último sábado, com o posicionamento das escolas particulares sobre a volta às aulas, outras duas instituições privadas responderam aos questionamentos nesta semana. O Colégio Objetivo Itu reforça que “segue estudando e monitorando as atualizações dos protocolos e orientações do Plano do Governo do Estado e da Prefeitura em relação à retomada de aulas presenciais”, mas que ainda não tem data definida.

  Já o Colégio Progresso informa que, a partir de terça-feira (08), terá a oferta de atividades presenciais complementares opcionais, como atividades de reforço e acolhimento emocional, com a decisão seguindo o Decreto Municipal. A escola sinaliza o início dos atendimentos pelos alunos tendo feito uma consulta com as famílias para checar o interesse e voltará às atividades presenciais apenas àquelas que optarem pelo retorno.

Região

Em Porto feliz, a Prefeitura anunciou nesta semana que as aulas presenciais na rede municipal só serão retomadas no ano que vem. “Acreditamos que retomando as aulas presenciais neste momento, poderíamos colocar em risco os nossos alunos, familiares e servidores, e acabar aumentando o número de pessoas infectadas”, afirmou o secretário municipal de Educação, Celso Fernando Iversen, em entrevista ao site “Gazeta de S. Paulo”.