Sobrenatural: A Última Chave

Por André Roedel

Sabe aqueles filmes de terror cheios de clichês e jump scares (aqueles sustos gratuitos e previsíveis)? Pois então, assim é Sobrenatural: A Última Chave, quarto capítulo da franquia criada pelo novo mestre do gênero James Wan (diretor dos dois primeiros longas-metragens da série). Só que tudo acaba, surpreendentemente, funcionando bem e causando pavor e comédia na medida certa, tornando a obra num ótimo entretenimento.

Uma coisa que de cara fez eu gostar desse novo Sobrenatural é que ele praticamente independe dos demais. E como eu não vi nenhum dos outros três, foi uma mão na roda para acompanhar a trama. É claro que as histórias se cruzam e há referências aos filmes anteriores, mas é possível entender tudo muito bem sem muito esforço.

Dito isso, esse novo Sobrenatural se passa antes do primeiro. Aqui, acompanhamos um pouco do passado da Dra. Elise Rainier (Lin Shaye, que manda muito bem). Vemos como ela sofria nas mãos de seu pai, sua infância em uma casa assombrada no Novo México e como ela acabou abandonando esse “lar” e indo se meter com a parapsicologia.

Porém, um chamado repentino a leva a confrontar seus próprios medos ao ter que resolver um caso nessa antiga casa, muitos anos depois de tudo que ocorreu – dizer mais do que isso é estragar a história. Em meio a toda essa trama, o roteiro encontra espaço para o humor – principalmente com a dupla Specs (Leigh Whannell, roteirista dos quatro filmes) e Tucker (Angus Sampson) – e muitos dramas familiares.

Quando a trama começa a andar e o “sobrenatural” de fato aparece, os clichês do gênero começam a rolar solto. Alguns poucos sustos genuínos seguidos de outros muito previsíveis, misturados com artimanhas de roteiro já esgotadas e uma trilha sonora estridente demais, incomodam um pouco. Mas a trama interessante e a atuação de Lin Shaye dão o gás necessário para prender e instigar o espectador até o fim da exibição.

Claramente embarcando na onda dos recentes sucessos do cinema de terror (que vêm fazendo bilheterias grandiosas e sendo aprovados pela crítica especializada), Sobrenatural: A Última Chave não é um filme memorável como seus antecessores, mas tem suas qualidades e promete dar uma sobrevida à franquia – que, desde 2010, já tem quatro filmes. Se você é fã dos filmes anteriores e de todo esse universo do horror concebido por James Wan, certamente irá gostar. Se você prefere os filmes de terror à moda antiga, talvez se decepcione. Mas é provável que se divirta um bocado, fazendo valer o ingresso.

 

Nota:

 

 

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Um comentário em “Sobrenatural: A Última Chave

  • 25/09/2018 em 14:18
    Permalink

    Um dos meus filmes preferidos, a atuação é excelente. Este filme é um dos melhores do gênero de terror que estreou. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. Os filmes de terror evolucionaram com melhores efeitos visuais e tratam de se superar a eles mesmos. Eu gosto da atmosfera de suspense que geram, e em Sobrenatural o filme acho que conseguem muito bem. O elenco é parte fundamental para que o filme de um medo terrível. É um dos melhores filmes de terror em 2018. O que eu mais gosto é o terror psicológico. Se ainda não viram, deveriam e se já viram, revivam o terror que sentiram. Depois de vê-la você ficara com algo de medo, poderão sentir que alguém os segue ou que algo vai aparecer.

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