Thor: Ragnarok

Por André Roedel

O melhor dos três filmes baseados no super-herói nórdico, mas longe de ser um dos melhores longas-metragens da Marvel. Assim é Thor: Ragnarok, mais uma empreitada da editora norte-americana no mundo da sétima arte. Abusando do humor e da ação, a produção é empolgante e muito divertida, porém peca em alguns pontos relevantes e acaba sendo mais do mesmo.

A impressão que tive assistindo ao filme foi a de estar lendo mais um gibi da “Casa das Ideias”. Mas um gibi qualquer, que diverte na hora e, passadas algumas horas, já começa a ser esquecível. É um produto com a cara dessa geração, marcada pelo entretenimento raso e rasteiro, em que a velocidade e a quantidade se sobrepõem à qualidade.

Voltando ao filme: a trama mostra Thor (Chris Hemsworth) tentando impedir que a profecia do Ragnarok – uma espécie de apocalipse da mitologia nórdica – seja concretizada. Em meio a essa aventura, ele vai parar num planeta nos confins do universo em que é obrigado a lutar contra o Incrível Hulk (Mark Ruffalo) e ainda tem que encarar conflitos familiares que envolvem seu pai Odin (Anthony Hopkins) e seus irmãos Loki (Tom Hiddleston) e a recém-descoberta Hela (Cate Blanchett) – a vilã da vez.

Um elenco muito bom, não é mesmo? Pois é, e ainda há o acréscimo dos ótimos Idris Elba, Tessa Thompson e Jeff Goldblum. Porém, mesmo com todas essas estrelas o filme parece não desenvolver o potencial mostrado nos trailers e material de divulgação. O diretor Taika Waititi acaba não conduzindo da melhor maneira o roteiro e, atrapalhado por questões técnicas como a fotografia inconstante, o resultado é um filme que poderia ser bem mais do que realmente foi.

Ou que vendeu ser algo que não era desde o início, assim como Esquadrão Suicida. Ambos apostaram numa divulgação colorida e “diferentona”, além de uma trilha sonora de primeira (um dos trailers de Thor: Ragnarok é embalado por “Immigrant Song”, do Led Zeppelin), mas o que se viu na tela foi muito pouco dessa pegada oitentista e muito de uma comédia quase pastelão – o que não é um desastre, visto que Hemsworth tem se saído muito bem em filmes do gênero (já na parte mais dramática, escorrega).

Mas ainda assim, como escrito no início desse texto, é o melhor Thor dos cinemas (coisa que não é muito difícil de acontecer, já que os dois primeiros são bem fracos). Tem muito humor, boas cenas de pancadaria no geral e aquelas referências que todo fã de quadrinhos adora. É um filme que vale o ingresso se tratado como deve ser: como um entretenimento descompromissado de fim de tarde, tal qual um gibi do passado…

 

Nota:

 

 

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