Trompetista ituano recebe prêmio após idealizar um projeto musical inovador

O projeto começou na Bolívia e atingiu ouvintes em 46 países (Foto: Divulgação)

O ituano Bruno Lourensetto (trompetista convidado da OSESP, principal da Filarmônica Bachiana, membro da Portland Baroque Orchestra e ex-principal da Miami Symphony Orchestra) e a boliviana Camila Barrientos (clarinetista principal da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, tocou com o quinteto The City of Tomorrow, New York Philharmonic e St. Paul Orchestra) ganharam o prêmio Alumni Enterprise Award de US$ 20.000,00 da Music Academy of the West em Santa Barbara, Califórnia (EUA), pelo projeto “Música para Respirar 24/7”.

Camila e Bruno são co-fundadores e co-diretores artísticos da Sociedade Boliviana de Música de Câmara, idealizadora do projeto. Idealizada e lançada como uma resposta musical direta à crise da Covid-19 em agosto passado, “Música para Respirar 24/7” apresenta música clássica ao vivo sem as limitações geográficas de uma sala de concertos, oferecendo mini-concertos pessoais através de vídeochamadas, cultivando novos públicos ao redor do mundo.

Músicos internacionais, representando as maiores instituições latinoamericanas, desde então realizaram concertos online – disponíveis 24 horas por dia de forma gratuita – para pacientes com Covid-19, seus parentes, profissionais de saúde, idosos, crianças e amantes da música.

 O projeto já apresentou 2.157 concertos para 5.538 ouvintes, começou na Bolívia e atingiu ouvintes em 46 países. “Em 2021 apresentaremos quatro edições de ‘Música para Respirar 24/7’, culminando em uma turnê boliviana, onde conheceremos e tocaremos de forma presencial para o público que seguimos cultivando de forma virtual”, afirmam os músicos.

 Até agora fizeram parte do projeto mais de 40 músicos, representando organizações como a OSESP, Theatro Municipal de São Paulo, Bachiana Filarmônica, Teatro Colón, Sinfônica Nacional da Bolívia, Filarmônicas de Montevideo, Bogotá, Santiago, Nacional do México, Querido Opera Guatemala, Portland Baroque, Royal College of Music, McGill University, etc.

 Em um exercício de empatia com os profissionais da saúde, e fazendo um paralelo com a essencialidade das artes, os artistas convidados fazem turnos de 12 horas consecutivas, colocando-se na linha de frente na luta contra a Covid-19, que também afeta duramente a saúde psicológica e emocional da população. Além de ser um serviço social, a ideia se iniciou como uma “instalação artística virtual”. Por isso “Música para Respirar” já foi apresentada em galerias e museus internacionais como projeto musical de extrema relevância durante a pior crise sanitária das nossas gerações.