Venom

Por André Roedel

Disparado o pior filme que vi nos últimos tempos. É até difícil escrever sobre essa adaptação dos quadrinhos da Marvel Comics realizada pela Sony Pictures. Venom (Venom, 2018, Ação), baseado no vilão do Homem-Aranha, é totalmente errático, desde sua concepção até sua finalização. Ou seja, é um longa-metragem que nem devia existir.

A obra só saiu do papel porque o estúdio quis surfar na onda dos sucessos das adaptações de super-heróis e, principalmente após a ótima recepção de Deadpool, de anti-heróis. Venom é vendido como um filme desse tipo. Tem algumas (poucas) sacadas interessantes no começo, mas depois joga tudo no ralo com um roteiro atabalhoado e atuações que beiram o ridículo.

No filme, Eddie Brock (Tom Hardy, em um de seus piores trabalhos) é um proeminente repórter que “investiga” uma grande corporação que utiliza pessoas pobres e em situação de rua em seus experimentos científicos. Ele então acaba entrando em contato com um simbionte alienígena trazido de uma missão no espaço e passa a apresentar um comportamento, digamos, anormal.

O simbionte é Venom, uma criatura que dá poderes especiais para Brock, mas também uma dupla personalidade. Algo como “O Médico e o Monstro”, só que com uma gosma preta superforte. Em meio a tudo isso, o repórter tem que lidar com a separação de sua noiva Ann (Michelle Williams, o que você faz nesse filme???), as tramoias do dono da corporação Carlton Drake (Riz Ahmed, em atuação pífia) e o surgimento de um novo simbionte, ainda mais forte que Venom.

Tudo isso aponta para uma trama até interessante, não é? Só que o desenvolvimento disso é tão equivocado que é impossível conter a gargalhada em algumas cenas que não foram feitas para rir. O riso involuntário é causado pela vergonha alheia diante de um roteiro tão mal escrito e de atuações deploráveis. Sério, praticamente nada se salva!

De interessante além da premissa, apenas o visual do personagem – muito melhor do que aquele terrível de Homem-Aranha 3, de 2007, mesmo com CGI fraco – e a trilha sonora com Eminem. De resto, é um lamentável filme caça-níquel que só foi executado para a Sony faturar alguns trocados em cima da “onda marvete” – o faturamento não será exorbitante, mas visto que o filme não deve ter sido caro, o que vier é lucro, literalmente.

Se você não conhece o personagem e não liga muito para a qualidade dos filmes, ainda assim pode se incomodar. Se conhece, cuidado: respeitam a base, mas mutilaram muita coisa. Se você não liga para o personagem e espera o mínimo de qualidade de um filme, então muito cuidado: Venom não é para você.

 

Nota:

 

 

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