Via de mão dupla

Apesar das várias campanhas, a doação de sangue precisa de mais colaboradores

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ANA LUÍSA TOMBA

Com a quantidade de informação que a humanidade recebe a cada segundo, talvez seja difícil mensurar quão importante cada pessoa é para o planeta. Diariamente, todo mundo é bombardeado de números, e isso faz com que as pessoas esqueçam que elas não são só mais um entre tantos outros. Um bom exemplo disso é a doação de sangue: com um único gesto, você pode ajudar a salvar até quatro vidas!

Além disso, a doação traz benefícios ao próprio doador: as células vermelhas do sangue têm um ciclo de vida de 120 dias, sendo naturalmente repostas pelo organismo. A doação de sangue faz com que o organismo produza mais células jovens para repor as células que foram doadas – e, assim, o risco de entupimento das artérias do coração e do cérebro é reduzido.

O hemocentro mais próximo da região é o de Sorocaba, localizado na Avenida Comendador Pereira Inácio, 564, ao lado do Hospital Leonor Mendes de Barros, no Jardim Vergueiro. A instituição recebe doação de sangue diariamente, das 7h30 às 12h30. A recomendação é para que o doador aproveite e também se cadastre como doador de medula óssea.

Confira os requisitos básicos para poder doar:
• Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos;
• Pesar no mínimo 50kg;
• Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
• Evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação;
• Apresentar documento original com foto recente (RG,Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social).

Confira os impedimentos temporários para poder doar:
• Resfriado: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas;
• Gravidez (90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana);
• Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses);
• Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;
• Tatuagem/maquiagem definitiva nos últimos 12 meses;
• Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses);
• Quem esteve nos estados: Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins deve aguardar 12 meses, pois são lugares onde há alta prevalência de malária;
• Qualquer procedimento endoscópico –endoscopia digestiva alta, colonoscopia, rinoscopia (aguardar 6 meses);
• Extração dentária ou tratamento de canal – verificar medicação (aguardar 7 dias);
• Cirurgia odontológica com anestesia geral (aguardar 4 semanas);
• Acupuntura – se realizada com material descartável, aguardar 24 horas; se realizada com material sem condições de avaliação, aguardar 12 meses; se realizada com laser ou sementes, a pessoa está apta;
• Vacina contra gripe (aguardar 48 horas).

Confira os impedimentos definitivos para poder doar:
• Hepatite após os 11 anos de idade;
• Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS, Doença de Chagas, entre outras;
• Uso de drogas ilícitas injetáveis;
• Malária.

DEPOIMENTOS
“Uma amiga minha ia doar e me convidou. Como nunca tinha doado, tive essa curiosidade e fui… Não doei para ninguém em específico, mas sabia que, no fim, alguém eu ia ajudar. Quero doar de novo.” Gustavo Ferreira, 20 anos, estudante
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“Já doei 4 vezes: uma vez por ano nos meus quatro anos de faculdade. Eu estudava em Sorocaba e o hemocentro mais próximo é lá, então ficava mais fácil. Onde eu estudava havia campanhas anuais de doação de sangue, tudo voluntário, sem pressão nem recompensa. Sempre havia um grande grupo de alunos engajados em ir. Nós íamos todos juntos. Eu sempre achei uma causa nobre. Você ajuda a salvar vidas sem precisar se sacrificar por nada. Afinal, não dói, é rápido, de graça! (risos) Não vejo motivos pra não ajudar. E precisa-se tanto.” Mayra Mayumi, 29 anos, educadora física
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“Já doei umas 7 ou 8 vezes, e, se pensar bem é pouco.Dessa última vez, fui por causa de uma Ação Voluntária sugerida pela empresa. A sensação é ótima, pois sabemos que vai ajudar alguém que está bem necessitado por alguma doença. Este pequeno ato é gratificante” O que ajuda muito são as campanhas incentivando mais pessoas a fazerem.” Rogerio Rojo Garcia, 49 anos, empresário
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“Doei sangue no ano passado! A Empresa Júnior da faculdade fez uma campanha incentivando os alunos a doarem. Foi um processo simples e indolor (apesar de em algumas pessoas bater uma exaustão depois da doação). Fiquei muito feliz em doar e saber que isso ajudará muito alguém no futuro.” Luis Soldera Garcia, 20 anos, estudante
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“Eu doei quando morava em Jundiaí. Fui várias vezes, uma das doações foi para amigos quando estavam hospitalizados. Doar sangue é se doar.” Elisa Soldera Garcia, 51 anos, empresária
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“Comecei a doar sangue por influência da minha família. Penso que não houve um motivo extraordinário para a doação, mas sim, um gesto diário, corriqueiro, não fui pensando em salvar vidas, mas saí de lá fazendo isso. Naquele dia, fizemos doação de sangue e também registramos nosso sangue para o bando de dados de doação de medula. Desde então, tento doar pelo menos 2 vezes ao ano. Doar sangue é algo simples, fácil, rápido. Não demora mais que 30 minutos e por esse curto período de tempo, somos heróis. Ou somos tudo para alguém que precisa, para alguém que depende da sua bolsa de sangue para sobreviver a uma cirurgia ou a mais um dia.” Marília Arede Garcia, 22 anos, estudante
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“Na verdade, sempre tive medo de doar, porque uma vez, fui acompanhar minha mãe e só de olhar eu passei mal! (risos) Mas no Campus em que estudo, tem um hospital e eu sempre ouvia falar que o estoque de bolsas estava muito baixo, aí resolvi tentar doar e adorei! É muito bom saber que uma simples ação sua pode ajudar muito alguém. Tive um probleminha na hora de doar porque minhas veias são bem difíceis de encontrar, mas quero doar de novo!” Natália Ferrari, 20 anos, estudante