Você conhece a osteopatia?

O tratamento, criado em 1874 nos EUA, é definido como uma abordagem diagnóstica e terapeutica centralizada no paciente como um todo e não em sua dor

Cuidar da saúde e do bem-estar é algo valioso para a maioria das pessoas, pois quando mente e corpo estão saudáveis, evidentemente ficarão em harmonia! Há muitos métodos para a melhora de dores. Um é a osteopatia, método que utiliza recursos manuais – as mãos são o principal instrumento para a técnica – para abordagem terapêutica do corpo e suas dores.

Fisioterapeuta osteopata Doutora Sibele Camargo Bête/ Foto – Divulgação

A filosofia da osteopatia fundamenta-se no princípio da autocura através do conhecimento da anatomia e fisiologia humana, e seu tratamento permite o reequilíbrio das funções do organismo e do funcionamento do corpo. De acordo com a fisioterapeuta osteopata Drª Sibele Camargo Bête – DO, a osteopatia “é para todas as pessoas”. “O osteopata é similar ao Sherlock Holmes, um investigador da causa do sofrimento do paciente, que após identificá-la, oferece recursos para que o próprio corpo se cure”, conta a profissional, que exerce a profissão há 14 anos.

Ela também relata como se inicia o processo para a realização do tratamento osteopácio. “Inicialmente é feita uma  extensa anamnese investigativa, seguido de alguns testes ortopédicos, neurológicos e osteopáticos. A partir daí, a cadeia lesional é formada e o tratamento será direcionado da melhor forma”, informa. “Uma dor no ombro direito, por exemplo, pode ser em decorrências das mais variadas causas, como desequilibrio da biomecania da articulação do ombro, disfunção da ATM ou alteração no fígado, e não exclusivamente de uma tendinite ou bursite; pelo contrário, ambas podem ser consequências das alterações das primeiras”, explica. Como a metodologia é embasada na anatomia, fisiologia e patologia do corpo humano, é capaz tratar disfunções de mobilidade dos tecidos corporais, como as articulações, ligamentos, músculos, nervos, vasos e vísceras. Qualquer alteração da mobilidade tecidual pode comprometer a função de todo organismo.

Sibele também explica que no Brasil, a formação em osteopatia é extensa. “Após a graduação em fisioterapia, o osteopata faz um curso de pós-graduação  que dura em média cinco a seis anos, que além de uma dedicação aos livros, sobretudo de anatomia, fisiologia e patologia, há as atividades práticas”. Ela frisa que é imprescindível que se observe a formação do profissional que realizará o atendimento, “uma vez que há um trabalho profundo de cada parte do corpo e sua inter-relação”. “Como em todas as áreas profissionais, devemos pesquisar sobre a experiência e formação do profissional, contudo,  a empatia entre o osteopata e o paciente é essencial para o sucesso do atendimento”.

A osteopatia, suas técnicas e tempo de tratamento

A osteopatia, criada pelo médico americano Andrew Taylor Still, é utilizada desde 1874, e no Brasil existe uma regulamentação pelo Coffito (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) que qualifica o fisioterapeuta como profissional habilitado a ter essa especialização. “Temos uma gama de técnicas cranianas, desenvolvidas por Still, Sutherland e Upledger, entre muitos outros osteopatas, que facilitam esse caminho”, ressalta a profissional, que possui experiência educacional e profissional na Bélgica, Espanha, França e EUA.

“Uma pessoa com rotina agitada e estressada normalmente não se alimenta corretamente, não dorme bem, e começa a desenvolver gastrite, dor de cabeça, bruxismo, entre outras coisas. A osteopatia vai intervir nisso, vai intervir para que o corpo consiga sobreviver ao estresse de maneira saudável, utilizando-se dele para seu benefício de modo que as consequências corporais desse estresse sejam aliviadas”, esclarece Sibele sobre os benefícios da osteopatia.

A osteopatia pode ser utilizada tanto para tratamentos pediátricos quanto para tratamentos para indivíduos com idade mais avançada, e atua no sistema de músculo esquelético, responsável pelo aparelho locomotor (músculos, ossos e articulações) do corpo, mas também no visceral, hormonal e emocional. Drª Sibele também explica as contraindicações. “Há algumas técnicas dentro do tratamento osteopático que são contraindicadas a alguns indivíduos, mas não o tratamento, porque dentro dele temos uma gama de possibilidades de técnicas manuais que facilitam a autocura”, ressalta a fisioterapeuta. Dentro das técnicas de tratamento, ainda segundo Drª Sibele, pode-se destacar “as técnicas de manipulação da coluna, técnicas de mobilização visceral, técnica craniana, técnicas miofasciais ou articulatórias”.

O tratamento é guiado pelo princípio da autocura. Em inglês, do termo “find, fix and leave”, ou seja, determinar a causa, tratar e deixar o corpo se reestabelecer. No Brasil, de acordo com a profissional, a osteopatia está se tornando conhecida pouco a pouco. “Na Europa, por exemplo, as famílias têm seu osteopata, como temos nosso dentista aqui”, relata. “A procura está mais nas mulheres ou nos atletas, mas é importante dizer que ela abrange desde recém-nascidos até gestantes e idosos”.

A duração do tratamento e do atendimento é individual e depende do paciente e do seu problema. Uma sessão pode durar uma hora ou até meia hora, dependendo dos pontos chaves a serem trabalhados. “Aconselho que, se seu corpo grita por alguma dor, procure um osteopata e o ajude a encontrar o equilíbrio”, finaliza a fisioterapeuta osteopata Drª Sibele.