Região é marcada por protestos contra o governo
Em Itu, os manifestantes se reuniram no início da tarde do último domingo (13), na Praça da Matriz. Protesto aconteceu nas ruas centrais da cidade, passando pela Marginal. Na cidade de Salto, a concentração ocorreu na Praça XV de Novembro, no Centro. De lá, os protestantes seguiram pelo Calçadão e desceram a Rua 9 de Julho até o Pavilhão das Artes. Além do ato contra o governo Dilma, os saltenses também protestaram contra os políticos locais. Já em Indaiatuba, a manifestação foi realizada no período da manhã, no Parque Ecológico. Nas cidades de Porto Feliz e Cabreúva, não houve nenhum tipo de protesto. O público divulgado pelo JP foi baseado em informações fornecidas pela Polícia Militar. Em todas as cidades, não houve registro de nenhum incidente.
Por: André Roedel
A Polícia Militar estima que mais de mil pessoas estiveram no Centro de Itu na tarde do último domingo (13) para protestar contra o PT (Partido dos Trabalhadores). O ato, coordenado simultaneamente pelo MBL (Movimento Brasil Livre) em diversas cidades do país, reuniu pessoas insatisfeitas com o cenário político nacional e a corrupção em geral. Apesar disso, os principais alvos foram a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está sendo investigado pela Operação Lava Jato.
Os manifestantes se concentraram na Praça Padre Miguel (Matriz), às 15h. No local, eles cantaram o Hino Nacional, além de rezarem o Pai Nosso e a Ave Maria. Meia hora depois, eles saíram em marcha pelas ruas centrais. Com escolta da PM e apoio do departamento de trânsito da GCM (Guarda Civil Municipal) – que bloqueou o trânsito onde era necessário –, o grupo se dirigiu até a Câmara de Vereadores, onde fez uma pausa e novamente entoou o hino do Brasil.
Os manifestantes desceram até a Avenida Otaviano Pereira Mendes (Marginal) e voltaram à Praça da Matriz subindo pela Rua Madre Maria Theodora. Ao longo do percurso, podiam ser ouvidos gritos como “fora PT e leve a Dilma com você”, “Lula cachaceiro, devolve o meu dinheiro” e “a nossa bandeira jamais será vermelha”. De acordo com a PM, nenhum incidente ou vandalismo foi registrado.
Carregando faixas e cartazes, os manifestantes também demonstraram apoio ao juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação da Lava Jato. A reportagem do “Periscópio” também flagrou um cartaz pedindo “ajuda aos militares” e outro em apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), famoso por suas declarações homofóbicas e machistas.
Sucesso
Para a advogada Patrícia Quarentei, de 33 anos, uma das integrantes do MBL, o protesto foi um sucesso e superou expectativas. “Com certeza superou a expectativa do movimento. A gente não esperava mais do que 400 pessoas. Ficamos muito felizes com a participação do público”, declarou a manifestante, que, diferente da PM, estima que quase 2 mil pessoas tenham participado do ato ao longo de todo o percurso.
Questionada se o objetivo de protestar contra o PT havia sido alcançado, Patrícia explicou que o ato na realidade era contra a corrupção. “Somos um movimento contra a corrupção, na verdade, e com certeza é contra o PT, porque é quem está no poder. E a gente veio fazer uma manifestação pacífica e mostrar que a gente não aguenta mais. E foi isso que a gente conseguiu”, concluiu Patrícia.
Protesto religioso
Quem foi ao protesto pôde perceber uma imagem de Nossa Senhora Aparecida bem em frente à marcha. Quem a carregava era Antônio Schanoski Junior, de 24 anos, representante da Liga do Santo Rosário. Segundo ele, “Nossa Senhora Aparecida é rainha e padroeira do Brasil” e está “acima de qualquer autoridade política, acima de qualquer presidente”. O religioso explicou sua presença no ato.
“Nós vemos hoje o Brasil caindo nas garras do comunismo ateu. Nosso problema não é meramente econômico; o nosso problema é moral. Nós vemos o casamento homossexual, o aborto, a eutanásia, uma enchente de depravação moral causada pelo PTque inunda o Brasil. E é exatamente por isso que nós estamos aqui hoje, com Nossa Senhora Aparecida, buscando o auxílio do céu para nos livrar não só do PT, não só da Dilma, mas do comunismo e de todo mal”, declarou.
Antônio Schanoski também se mostrou feliz em ver tantas pessoas se manifestando em Itu. “Essa pequena multidão é o símbolo vivo de que o Brasil não está entregue, de que Itu não está entregue, de que o nosso povo cristão, pacífico e ordeiro sabe gritar pelos seus direitos”, finalizou.
Visão dos manifestantes
Com o rosto pintado de verde e amarelo, Patrícia Cardoso Bazanelli foi uma das presentes na manifestação. “A gente está sofrendo muito nas mãos dessa corja do governo”, dissea auxiliar administrativo, que esperava um público maior. “Acho que deveria ter vindo mais gente. As pessoas têm que parar de ter medo de sair na rua. Tem que botar a cara na rua e brigar. Em casa, no Facebook, ninguém vai mudar a situação do país”, declarou.
Quem também acompanhou de perto as manifestações em Itu foi o advogado Pedro Melo. Ele, que é de São Paulo e esteve na cidade para almoçar, se impressionou com o ato. “Eu achei grande. Não esperava que tivesse tanta gente assim”, disse. O turista participou do protesto e explicou sua ideologia.“Não sou contra o PT, nem contra a Dilma; sou contra tudo que está acontecendo. Não ela em específico, mas contra o sistema”, finalizou.