Prefeitura recorre ao Gaeco para investigar gestão da Santa Casa de Itu

O prefeito de Itu, Guilherme Gazzola (PL), através de ofício, solicitou junto ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) providências investigativas diante de “graves indícios” de irregularidades praticadas na gestão do Hospital da Santa Casa, sob responsabilidade da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Itu e da Sociedade Beneficente São Camilo.

Diante de suspeitas de “dilapidação patrimonial”, o pedido foi feito pelo chefe do Executivo municipal visando preservar os bens da Santa Casa para garantir os pagamentos dos 850 funcionários demitidos com a saída tumultuada da sociedade beneficente.

De acordo com o material encaminhado ao Gaeco, as “situações suspeitas” aparentam ser de longa data. Em determinado trecho, há relato a respeito de uma ação judicial de dissolução da administradora do patrimônio imobiliário da Irmandade. Neste ponto, é exposto que, no intervalo de apenas um mês (de novembro a dezembro de 2014), o montante de R$ 2.842.313,26, declarado sob rubrica da Irmandade, foi reduzido para R$ 9.165,25, sem nenhuma justificativa plausível.

Ainda segundo o ofício, desde que requisitou o Hospital da Santa Casa para impedir seu total fechamento, a Prefeitura não teve acesso ao inventário dos bens adquiridos com recursos públicos, sugerindo “grave indício de desvio de finalidade e lesão ao erário”.

O documento ainda relata “falta de comprometimento” da Irmandade da Santa Casa de Itu diante de seus deveres como instituição de saúde e a administração imprópria da Sociedade Beneficente São Camilo – que informou em nota “que, embora não tenha sido notificada oficialmente sobre o assunto, está à disposição das autoridades para apresentar todos os relatórios aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado durante os 11 anos que permaneceu à frente da gestão da Santa Casa de Itu, caso seja necessário”. Procuramos a Irmandade da Santa Casa, mas não obtivemos retorno.